Pequim,
06 ago (Lusa) - Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) manifestou
"simpatia pelo Japão" hoje, no 70.º aniversário do lançamento da
bomba atómica sobre Hiroshima, mas lembrou que aquele país "tambem cometeu
crimes de guerra".
As
cerimónias organizadas para assinalar a efeméride "encaminham a opinião
das pessoas apenas para o facto de o Japão ter sido uma vítima da bomba
atómica, mas fecha os olhos às razões porque isso aconteceu", afirma o
Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, órgão central
do PCC.
Num
dos raros comentários publicados na imprensa oficial chinesa acerca do 70.º
aniversário do lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima, o Global Times
afirma que aquele tipo de cerimónias branqueia o facto de que o Japão "cometeu
também crimes de guerra".
"Isto
mostra como o Japão é adepto da intriga e do calculismo", acrescenta o
jornal num editorial intitulado "O Japão deve lembrar a causa de
Hiroshima".
Num
artigo de página inteira, traduzido de uma agência noticiosa ocidental, o
Global Times refere que "uma ligeira maioria dos americanos pensa que o
lançamento da bomba atómica foi justificado".
O
Japão ocupou parte da China durante oito anos (1937-45) e os dois países mantêm
um aceso contencioso acerca das ilhas Diaoyu (Senkaku, em japonês), um
minúsculo e desabitado arquipélago do Mar do Leste da China.
Cerca
de 80.000 pessoas morreram quando um avião norte-americano, pela primeira vez
na História, lançou uma bomba atómica sobre uma cidade, no dia 06 de agosto de
1945, e nos quatro meses seguintes as radiações mataram mais 60.000.
AC
// DM.
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