Díli,
18 set (Lusa) - O ano letivo com maior número de alunos de sempre, cerca de 850
- 90% dos quais timorenses - arrancou hoje na Escola Portuguesa Ruy Cinatti em
Díli, com a apresentação da nova equipa diretiva e o reencontro com os 64
docentes.
Centro
de referência no ensino escolar em Timor-Leste e um dos principais polos de
dinamização do ensino de português no país, a escola é paga pelo Orçamento de
Estado português e está direcionada, maioritariamente a alunos timorenses.
Aspeto
destacado hoje por Manuel Gonçalves de Jesus, embaixador de Portugal em Díli,
que deu as boas vindas a pais, alunos e professores, recordando que a escola
portuguesa "não é uma escola internacional", podendo ser acedida por
timorenses de qualquer estrato económico.
Recorde-se
que este, o maior centro escolar financiado por outro país em Díli, cobra aos
alunos uma propina mensal de apenas 15 dólares americanos, muito abaixo dos
mais de 1.500 que cobram as escolas internacionais em Díli.
"Sendo
uma escola que faz parte de uma rede que fora de Portugal tem como primeiro
objetivo acolher filho de nacionais portugueses em Timor, desde o início acolhe
fundamentalmente nacionais timorenses", disse o diplomata.
"É
uma contribuição que de forma desinteressada procuramos dar ao ensino em Timor.
Ensinamos em português, com um currículo que se adapta às especificidades
locais. Não é uma escola internacional, não faz parte da rede pública
timorense, mas contribuiu para a qualificação de crianças e jovens em
Timor-Leste", sublinhou.
Apesar
disto a escola continua a debater-se com algumas dificuldades de reconhecimento
junto das autoridades timorenses com finalistas do 12.º ano a não serem aceites
na Universidade Nacional de Timor Lorosa'e.
Alguns
chegam mesmo a ter que optar por sair da escola portuguesa no final do 11.º
entrando no ensino público timorense no 12.º para depois terem acesso mais
facilitado à UNTL.
Acácio
de Brito, que tomou posse em agosto como novo diretor da escola, destacou o
facto de este ano letivo ser o primeiro que decorre depois de ser ratificado e
promulgado o acordo bilateral entre Portugal e Timor-Leste que abrange a
criação da escola, algo que pode facilitar o acesso dos finalistas ao 12.º ano.
Entre
outros "desafios" destacou a necessidade de mais esforços para
melhorar as notas nos exames nacionais, e o trabalho para aumentar as
capacidades da escola que, este ano, estreia uma nova turma do pré-escolar.
ASP
// FV.
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