Díli,
13 set (Lusa) - Cerca de 800 famílias timorenses estão na lista de espera da
Escola Portuguesa Ruy Cinatti, em Díli, que arranca o ano com 845 alunos,
incluindo os de uma nova turma do pré-escolar, segundo o diretor.
A
procura é tanta para acesso à Escola - considerado um centro de excelência
educativa em Timor-Leste - que o recém-nomeado diretor, Acácio de Brito,
defendeu que se deveria avançar no debate sobre expansão do centro escolar.
Uma
possibilidade, explicou, que pode passar por construir mais um andar no
edifício central da escola ou por um acordo para uso de terrenos contíguos ao
complexo da escola, que foi inaugurada em 2002 no bairro de Santa Cruz em Díli.
"É
uma preocupação da atual direção sensibilizar os poderes públicos,
designadamente em Portugal, para desencadear um processo de aumento da
capacidade da escola", disse à Lusa, considerando este um tema
"imperioso", tendo em conta a preocupação que existe, em especial com
o pré-escolar.
"Se
queremos enfocar a escola nos bons resultados sociais e académicos, quando mais
cedo tiverem acesso à língua portuguesa maior será a facilidade da sua própria
compreensão", relembrou.
A
nova direção é liderada por Acácio de Brito, que tomou posse do cargo em
agosto, e pela subdiretora Lisete Fortunato, que já trabalhou em Timor-Leste no
passado.
Na
receção aos professores, esta semana, o novo diretor explicou que a escola deve
ser um "espaço de referência da língua e cultura portuguesa" com
"aprendizagens significativas e substantivas" para que "esta
ilha de excelência" possa ser um "farol que aponte novos caminhos e
permita o aumento do domínio da língua" em Timor-Leste.
Entre
as fragilidades, a direção destacou a necessidade de desenvolver um planeamento
estratégico para lidar com os resultados nos exames nacionais.
O
ano letivo em si vai arrancar, "com normalidade", a dia 18 (dia da
apresentação), com 63 professores e faltando apenas contratar, localmente, uma
educadora infantil adicional, para a nova turma do pré-escolar.
Globalmente,
a escola começa com cerca de 200 alunos no pré-escolar, 240 no 1.º ciclo, 130
no 2.º, 156 no 3.º e 118 no secundário, num universo do qual fazem parte 118
portugueses.
O
ano arranca igualmente depois de o Parlamento Nacional timorense ter finalmente
ratificado, em agosto, o acordo de cooperação bilateral entre Portugal e
Timor-Leste assinado em 2002, levantando assim um obstáculo que causava algumas
dificuldades, quer à escola, quer aos seus alunos.
Levantar
livros nas alfândegas ou conseguir que os finalistas do 12.º ano tivessem
acesso à Universidade Nacional de Timor Lorosa'e (UNTL) eram alguns dos
problemas que se evidenciaram em anos letivos anteriores.
Inicialmente
designada Escola Portuguesa de Díli, recebeu no ano de 2009 a designação de
Escola Portuguesa de Díli - Centro de Ensino e Língua Portuguesa e, no ano
letivo de 2011/2012, a designação de Escola Portuguesa Ruy Cinatti - Centro de
Ensino e Língua Portuguesa.
Funciona
como um estabelecimento pertencente ao sistema português de ensino e é uma de
cinco escolas de estatuto idêntico fora de Portugal - há escolas em Luanda,
Macau, Maputo e Bissau.
ASP
// VM
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