Pante
Macassar, Timor-Leste, 05 nov (Lusa) - O primeiro-ministro timorense considerou
hoje um "equívoco político" pensar que o investimento público no
enclave de Oecusse Ambeno só beneficiará esta região, já que o seu impacto se
sentirá em todo o país.
"É
um equívoco político pensar que o investimento do Estado aqui só beneficia
Oecusse. Os benefícios são para todo o povo. O desenvolvimento económico de
Oecusse beneficia todos", afirmou, em Ponte Macassar, capital desta região
administrativa especial.
"Ouve-se
por aí, lê-se no jornal, que o Governo está a dar muita atenção a Oecusse e não
a outras zonas. Isto é um equívoco político", insistiu.
Rui
Maria de Araújo falava no arranque da reunião da Comissão de Coordenação e
Acompanhamento da Região Administrativa Especial de Oecusse Ambeno, que decorre
na zona de Porto Mahata, em Ponte Macassar, Oecusse.
Para
além de Rui Maria de Araújo, o encontro conta com a presença do responsável da
ZEESM, Mari Alkatiri, e de vários ministros timorenses, incluindo o do
Planeamento e Investimento Estratégico, Xanana Gusmão.
O
arranque da reunião, aberto à imprensa, ficou marcado pela apresentação da
revisão do projeto de construção do aeroporto da região pela construtora
indonésia Wika, responsável pela obra, que está a ser fiscalizada pela empresa
portuguesa ISQ.
A
revisão implica que o custo real do aeroporto - corrigidas as falhas e omissões
do projeto inicial - será no mínimo de 171 milhões de dólares, mais do dobro
dos 80 milhões inicialmente orçamentados.
"Isto
não é um orçamento adicional. Isto é uma revisão total do desenho e do projeto.
Muda tudo", explicou Xanana Gusmão aos restantes membros do Governo, alguns
dos quais se referiram ao elevado custo.
Trata-se,
sublinhou, de corrigir um projeto que foi feito inadequadamente e a pensar
Oecusse apenas como um aeroporto distrital quando deve ser visto como um
elemento central do projeto mais amplo de criação da ZEESM.
"Este
projeto foi feito a pensar no futuro, um projeto virado para o futuro. Sabemos
que há preocupação com o dinheiro mas temos de investir a bem da população e do
seu futuro", considerou.
Mari
Alkatiri, que insistiu que o orçamento "tem agora que ser negociado",
como o inicial já tinha sido, recordou que o projeto se alarga no tempo,
permitindo fasear os custos até 2018.
"Este
é um projeto de padrão internacional que temos agora que negociar com o Governo
central", disse.
ASP
// MP
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