O
Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, revelou hoje uma lista de 159
juízes, autarcas, deputados, polícias e militares alegadamente com ligações ao
tráfico de droga e deu-lhes 24 horas para se entregarem.
A
lista integra oito juízes, 52 presidentes e ex-presidentes de câmara, três
deputados e 95 polícias e militares.
"Têm
24 horas para se apresentarem nas vossas unidades", disse Duterte,
prometendo ordenar a caça a estes homens às Forças Armadas caso não se
entreguem.
Os
juízes devem entregar-se no Tribunal Supremo, os polícias ao chefe da Polícia
Nacional, os militares ao chefe do Estado Maior e os funcionários públicos ao
Ministério do Interior.
Duterte
garantiu que estas pessoas serão sujeitas a julgamento.
Segundo
o presidente filipino, os crimes de que acusa estas pessoas foram provados e
verificados pela polícia e pelo exército.
Duterte
tomou posse a 30 de junho e ganhou as eleições com promessas de acabar com o
crime e as drogas no país nos primeiros seis meses de mandato.
Para
cumprir o objetivo, autorizou e instigou as forças de segurança a matar os
criminosos e delinquentes, incluindo toxicodependentes, que não se entreguem.
Segundo
as contas dos meios de comunicação social locais, mais de 800 alegados criminosos
e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte ganhou as eleições, a 09 de
maio. Destas pessoas, 496 morreram em operações policiais e 240 foram
executadas por homens armados não identificados. Foram ainda encontrados outros
74 cadáveres com letreiros que os acusavam de serem traficantes.
Na
quarta-feira, as Nações Unidas denunciaram o "preocupante" aumento de
execuções de alegados traficantes e toxicodependentes nas Filipinas.
O
diretor executivo da agência da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC), Yury
Fedotov, condenou "o aparente apoio às execuções extrajudiciais".
Fedotov
classificou como uma "violação de direitos e liberdades fundamentais"
a campanha contra a droga de Duterte.
"Este
tipo de respostas são contrárias às disposições das convenções internacionais
de controlo de drogas, não servem para trazer justiça e não ajudam a assegurar
que toda a gente viva com saúde, paz e dignidade, segurança e
prosperidade", acrescentou Fedotov.
Apesar
das críticas de vários organismos internacionais, Duterte garantiu em julho que
não vai ceder no empenho de matar todos os envolvidos no narcotráfico e voltou
a defender, no sábado, a sua ordem de "disparar a matar".
"As
minhas ordens são de disparar a matar. Não me importam os Direitos
Humanos", afirmou, em Davao, no sul do país.
MP
// MP - Lusa
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