sexta-feira, 4 de novembro de 2016

CPLP: Membros elogiam secretário-executivo cessante e PR timorense


Os membros da CPLP aprovaram, na terça-feira, em Brasília votos de louvor ao secretário-executivo cessante da organização, o moçambicano Murade Murargy, e ao chefe de Estado timorense, Taur Matan Ruak, país que presidiu a organização nos últimos dois anos.

Na XI Conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os países-membros reconheceram ao trabalho do secretário-executivo cessante um “papel de liderança” no “processo de discussão e elaboração da Nova Visão Estratégica da CPLP (2016-2026)”, que prevê uma maior aposta na economia por parte da organização.

Murade Murargy, que esteve à frente do secretariado-executivo durante dois mandatos de dois anos, teve um “papel ativo na promoção da aproximação entre a CPLP e seus cidadãos, e o seu empenho pessoal na divulgação dos objetivos, princípios e valores da Comunidade”, consideram os países-membros.

O mandato de Murade Murargy foi marcado pela adesão da Guiné Equatorial à organização, muito criticada por organizações defensoras dos direitos humanos. Esta terça-feira, os países-membros decidiram, por aclamação, expressar um voto de louvor pela sua “dedicação, elevada competência e determinação com que serviu a CPLP”.

Na cimeira, os chefes de Estado e de Governo elogiaram também o Presidente timorense, Taur Matan Ruak, pela sua “permanente disponibilidade na defesa dos princípios e valores da CPLP e na promoção dos objetivos da Organização”.

Exemplo disso, consideram, foi a presidência da CPLP no último biénio, com um “permanente engajamento na prossecução dos objetivos da comunidade e os esforços e dedicação no fortalecimento das relações entre os estados-membros”, pode ler-se na declaração de apreço.

Em Brasília, os chefes de Estado e de Governo lamentaram a morte, em 2016, de dois vultos da lusofonia: o ex-presidente cabo-verdiano Mascarenhas Monteiro e o padre Leão da Costa, protetor da língua portuguesa em Timor-Leste durante o período da ocupação indonésia.

Sobre Mascarenhas Monteiro, Presidente de Cabo Verde entre 1991 e 2001, a CPLP recorda a sua contribuição basilar na instituição e consolidação da democracia” no país.

“O Presidente António Mascarenhas Monteiro foi o primeiro Presidente da Republica de Cabo Verde eleito democraticamente e acérrimo defensor da causa da liberdade” e, enquanto chefe de Estado, “conduziu a nação com a competência, a serenidade e a generosidade, que lhe são reconhecidas e que foram fundamentais para a afirmação do país como Estado de direito e para a sua credibilidade internacional”.

Recordando a sua “notável carreira enquanto jurista e magistrado”, os líderes políticos da lusofonia evocam o seu papel enquanto um dos “Presidentes fundadores da CPLP” e o seu “incontornável contributo para o estabelecimento dos alicerces da Organização e na defesa dos seus objetivos.

Já no hemisfério sul, em Díli, à frente do Externato de S. José, o padre Leão da Costa “concentrou a sua vida em prol da educação de várias gerações de jovens timorenses”, usando “a língua portuguesa como o maior instrumento de afirmação inequívoca da identidade timorense”, sustentam os chefes de Estado e de Governo da CPLP.

“Mesmo quando foi proibido o uso da língua portuguesa no externato”, Leão da Costa “não cedeu ao idioma malaio e, de imediato, recorreu ao tétum, também como afirmação identitária e apoiante natural do português e, a partir daí, as duas línguas tornaram-se aliadas ao serviço de uma única identidade, a timorense”, concluem os dirigentes da CPLP.

SAPO TL com Lusa – Foto: AFP Photo@ Evaristo Sá

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