A
CPLP realizou uma cimeira no Brasil. Chefes de Estado, primeiros-ministros e
outros participaram. A presidência da CPLP foi entregue por Timor-Leste ao
Brasil. Ao contrário de Timor-Leste, que evidencia alguma democracia em vigor,
existem pelo menos três países que integram a CPLP que são máscaras de uma
aberrante democracia, apesar de em todos os estados da CPLP os défices de
democracia serem evidentes – em alguns deles até bastante relevantes pela
negativa.
A
presidência da CPLP foi entregue ao Brasil, na pessoa do golpista Temer que
atualmente ocupa a presidência do país por via da usurpação antidemocrática que
destituiu a presidente legitimamente eleita Dilma Rousseff. Não se pode dizer
que a ditadura segue dentro de momentos no Brasil porque ela já está em vigor.
Ainda muito pálida mas caminhando rumo à negritude ditatorial com falsas vestes
democráticas e pseudo legalistas. Foi golpe, sim.
Também
Teodore Obiang, ditador da Guiné Equatorial, participou na referida cimeira.
Ditador eleito recentemente com 99 por cento dos votos (tal é a manipulação)
mantém a pena de morte no país, contentando-se a CPLP com a suspensão da mesma
para efeitos de admissão à comunidade lusófona. Obiang declarou em Brasília que
já assinou a abolição da pena de morte no país e que em breve será publicado o
despacho oficial e conhecida a alteração à lei. Certo é que há anos que diz o
mesmo e nada de diferente tem acontecido. A verdade é que para assassinar
antagonistas Obiang não precisa daquela lei para nada. Assassina-os e… pronto.
Ele é a lei.
Angola.
Angola lá vai. Uma misturada de regime que nasceu marxista-leninista e que
acabou por abraçar o capitalismo e o que lhe é inerente, a corrupção na
primeira fila. José Eduardo dos Santos encabeça há quatro décadas o regime que
passou a ser eduardista, e só. Tem vencido as eleições com cerca e mais de 90
por cento dos votos expressos, tal como Obiang e outros ditadores da
atualidade. Tal como o colonialista e fascista Salazar em Portugal, também
durante mais de quatro décadas. Eduardo dos Santos caminha a passos largos para
bater o recorde de Salazar… Já está próximo da meta.
Outros
défices democráticos flagrantes são realidade nos países que integram a CPLP,
nos PALOP vimos a Guiné-Bissau embrulhada numa elite política que despreza
severamente os guineenses.
Em
São Tomé e Príncipe foi posta à solta a gula do petróleo. A separação de
poderes entre justiça e política foi atirada para as urtigas. O atual
primeiro-ministro, Patrice Trovoada, fez eleger um presidente da República,
Evaristo Carvalho, através de um processo eleitoral vincadamente repleto de incorreções
e ilegalidades – que a justiça (dita superior) não reconheceu nem condenou –
fazendo par com a vontade do PM. O que irá acontecer em São Tomé e Príncipe nos
próximos anos decerto que dará que fazer aos jornalistas. É de acreditar que as
manchetes nos jornais confirmarão as influências negativas para a democracia e
santomenses do chamado ouro negro, o rei petróleo. A corrupção irá crescer a
olhos vistos. O costume.
Moçambique.
O mesmo de sempre, para pior. Frelimo e Renamo digladiam-se. Matam e esfolam
impunemente. É a guerra em surdina - que tão bem escutamos. A pena de morte foi
abolida em Moçambique mas tal não invalida que não esteja em vigor através de
assassinatos seletivos por parte do partido do regime, a Frelimo – que também
vence sempre as eleições por enormes margens de vantagem. É a democracia de
faz-de-conta.
Fora
dos PALOP, no sudeste-asiático, Timor-Leste vai progredindo. Sem dúvida que é
um país mais democrático que os acima referidos nos PALOP. É um país que
começou a governar-se com independência somente há década e meia - os dos PALOP
já somam 40 anos. Já ocorreram assassinatos seletivos (pena de morte) em
Timor-Leste. Muita corrupção. A prova está numa elite que já estava ou chegou a
Timor-Leste, vinda do exílio, com umas roupinhas e pouco mais e que em menos de
meia-dúzia de anos passou a exibir sinais exteriores de riqueza que
impressionaram… E impressionam. A manutenção da fome entre o povo é uma das
suas vergonhas… Curioso: apesar de tudo até parece um paraíso neste mundo da lusofonia.
Há esperanças no país, assim como para quem do exterior o observa. Talvez que
em breve algo de muito positivo possa mudar e assitirmos à erradicação de
certos "vícios" – para bem do povo timorense. Fiquemos atentos.
E
assim vai a CPLP. Uma “família” onde não faltam os golpistas, os ditadores, os
assassinos, os prestidigitadores que mostram a democracia nas campanhas
eleitorais, promessas vincadas de concretização de países de mel e depois, para
os eleitores, para os povos, sobram apenas algumas migalhas e, principalmente,
fel. Muito fel. Que amarga as vidas dos povos da lusofonia, como está à vista
de todos nós.
A
propósito, por ser recente, segue-se a partilha da sapiência golpista do Temer
Golpista do Brasil. Cujas políticas são de temer e, por tal, lutar
afincadamente contra elas. Contra os golpistas, que agora até dispõem da
presidência da CPLP, suposta organização lusófona praticante do regime
democrático ocidental – também ele muito semelhante a cadáver em imensos
países, Portugal incluído.
Hélder Semedo, Coimbra - em Página Global
Temer
defende corte de gastos e cita Thatcher em reunião
Michel
Temer contou que assistiu a um vídeo nesta segunda-feira (31) em que Thatcher,
que comandou a Inglaterra por 11 anos, defendia a contenção das despesas
públicas
O
presidente Michel Temer aproveitou um discurso diante dos presidentes de países
de língua portuguesa para defender o ajuste fiscal que o governo tem promovido
nos últimos meses no Brasil. Ele citou a ex-primeira-ministra do Reino Unido,
Margaret Thatcher, para dizer que os discursos de ambos se assemelham do ponto
de vista do controle das contas públicas.
Temer
contou que assistiu a um vídeo nesta segunda-feira (31) em que Thatcher, que
comandou a Inglaterra por 11 anos, defendia a contenção das despesas públicas.
De acordo com ele, na gravação a britânica defendia que o dinheiro público
nasce dos recursos privados, por meio do recolhimento de tributos.
"Ela
disse: 'Olhe, não vamos pensar que o Estado pode fazer projetos generosos e
achar que existe um dinheiro público diferente do dinheiro privado'. Então é
preciso, em dado momento, dizia ela -, como nós estamos fazendo no Brasil -,
conter a despesa pública porque você só pode gastar aquilo que arrecada",
afirmou o presidente.
Falecida
em 2013, a ex-primeira-dama ficou conhecida como Dama de Ferro por ter
conduzido mudanças com o objetivo de reduzir o papel do Estado na economia e
adotar posições firmes na política externa. “Ela até dizia uma coisa trivial: o
Estado é como uma casa, sua casa, a casa da sua família, você não pode gastar
mais do que aquilo que arrecada. Foi até um vídeo muito interessante porque,
embora referente há muitos anos passados, ele se torna atual a cada determinado
instante nos vários países”, continuou Temer.
Temer
deu as declarações durante abertura da cúpula de Chefes de Estado e de Governo
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ocorrida nesta tarde em
Brasília. Ele brincou com o português e futuro secretário-geral da ONU, António
Guterres, sobre a possibilidade de a língua ser reconhecida como idioma oficial
das Nações Unidas durante a gestão de Guterres, que se inicia em janeiro de
2017. Guterres vai suceder o atual secretário-geral, Ban Ki-moon, que deixará o
cargo em 31 de dezembro deste ano.
Missão
da CPLP
De
acordo com Guterres, o mundo tem presenciado a “multiplicação de novos
conflitos”, enquanto “velhos persistem”. “Um grupo cada vez mais significativo
de guerras continua. Todos aumentam em complexidade, interligados e ligados à
ameaça global de terrorismo”, afirmou, destacando a necessidade de prevenção e
resolução desses conflitos.
Depois
do discurso, em que mencionou “profundas ineficácias” da ONU, Guterres conversou
rapidamente com jornalistas sobre o assunto. “As Nações Unidas precisam de
muitos aspectos de reforma”, disse. Segundo ele, não é possível uma mudança
“completa” enquanto o Conselho de Segurança também não for reformado.
Guterres
disse que o seu papel no cargo será o de “facilitar o diálogo” para que essas
mudanças sejam possíveis. O Brasil reivindica há anos a reforma do Conselho de
Segurança do organismo internacional, que hoje conta apenas com cinco países
permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido).
Durante
a sessão de abertura, os chefes de Estado e de governo dos nove países-membros
da comunidade aprovaram por aclamação a inclusão de quatro novas nações
observadoras associadas da CPLP: Hungria, República Tcheca, Eslováquia e
Uruguai.
Agência
Brasil, em Tribuna Hoje
Sem comentários:
Enviar um comentário