Sydney,
Austrália, 02 fev (Lusa) -- O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull,
foi acusado hoje de comprar as eleições após admitir que doou 1,3 milhões de
dólares (1,2 milhões de euros) para financiar o seu partido na última campanha
eleitoral.
"Contribuí
com 1,75 milhões de dólares [australianos], foi o que doei", disse
Turnbull, também líder do Partido Liberal, na noite de quarta-feira, numa entrevista
à emissora ABC.
O
donativo, que segundo a imprensa local serviu para financiar anúncios de
televisão, inquéritos e envio de propaganda por correio, foi feito antes das
eleições de julho passado.
Segundo
o jornal Sydney Morning Herald, o donativo de Turnbull representa a maior
doação financeira a um partido político realizada por um indivíduo no país.
Até
agora Turnbull, ex-banqueiro multimilionário, tinha evitado referir-se a esta
doação, que segundo a legislação eleitoral podia ter sido mantida em segredo
por mais um ano.
O
primeiro-ministro defendeu-se assegurando que investiu no seu próprio partido e
acusou o Partido Trabalhista de financiar-se com o apoio de sindicatos, o que
não evitou críticas da oposição.
"Não
pôde ganhar as eleições pelos seus próprios méritos pelo que teve de deitar a
mão à sua carteira", disse o porta-voz das Finanças dos trabalhistas, Jim
Chalmers, à ABC.
Chalmers
acusou Turnbull de tentar manter em segredo "pelo maior tempo
possível" a doação e destacou que, ao contrário do Governo, os
trabalhistas revelam corretamente as fontes das doações.
A
lei australiana de financiamento de partidos prevê subvenções em função dos
resultados eleitorais e aceita donativos privados para cobrir os custos das
campanhas.
A
Austrália também é uma das poucas democracias que permite financiamento de
fontes estrangeiras aos seus partidos.
ISG
// FV
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