Díli,
01 fev (Lusa) - O futuro programa de cooperação de Portugal com Timor-Leste
terá um modelo "mais estratégico", com mais partilha de
responsabilidades e dando crescente papel às parcerias económicas, disse à Lusa
a secretária de Estado da Cooperação portuguesa.
"Vamos
ter um modelo de cooperação que é mais estratégico, mais exigente na partilha
de responsabilidade e na apropriação que queremos que seja feita dos
projetos", disse à Lusa em Díli a secretária de Estado dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação (SENEC), Teresa Ribeiro.
"São
relações muito menos assimétricas, muito menos vocacionadas para a ajuda de
emergência, para a ajuda humanitária, e já baseadas mais em parcerias
económicas que são muito importantes para o desenvolvimento do tecido
empresarial de Timor-Leste", frisou.
Teresa
Ribeiro falava à Lusa à chegada a Díli para uma visita de quatro dias durante a
qual reunirá com vários ministros timorenses em áreas como a administração
estatal, justiça, educação, defesa e negócios estrangeiros.
Durante
esta visita vai começar-se a desenhar o futuro programa e modelo de cooperação,
entre outras matérias.
No
final de 2017 termina o atual programa indicativo de cooperação de Portugal com
Timor-Leste, no valor de 45 milhões de euros e que será agora avaliado,
explicou Teresa Ribeiro, para se poder "perspetivar o futuro da
cooperação" em moldes diferentes.
Teresa
Ribeiro destaca o facto de parte da cooperação portuguesa ser articulada com
outros parceiros internacionais, como é o caso da União Europeia (UE), em
setores importantes como o da justiça.
"Há
aqui toda uma nova filosofia que é preciso vazar nas discussões e é preciso que
essa mesma filosofia conforme o futuro da nossa colaboração e da nossa
cooperação com Timor-Leste", disse.
"Temos
também uma componente muito orientada para o investimento privado porque isso é
essencial, alias em sintonia com o que são hoje as orientações da agenda
multilateral, da agenda 2030", sublinhou.
A
SENEC considera que é necessário alterar a relação com os países parceiros,
procurando "mobilizar investimento privado, garantir apropriação e
construir um modelo baseado em benefícios mútuos e partilha de responsabilidades".
ASP
// FV.
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