Díli,
15 mar (Lusa) - O Governo timorense concedeu tolerância de ponto a todos os
funcionários públicos a 20 de março, data das eleições presidenciais, e no dia
seguinte, para que todos possam deslocar-se e votar nas zonas onde estão
recenseados.
"Tendo
em conta que muitos dos votantes estão recenseados no seu município de origem,
que não é, em muitos casos, o local onde residem, será necessário que se
desloquem para exercer o seu direito e dever político e regressar ao seu local
de residência", explica uma nota do Governo.
A
decisão, que deverá ser acompanhada por outras instituições em Timor-Leste,
baseia-se na legislação que prevê que a tolerância de ponto pode ser concedida
"por motivo de acontecimento nacional, neste caso particular, uma data
eleitoral".
O
diretor da Escola Portuguesa de Díli, Acácio Brito, confirmou à agência Lusa
que aquele centro escolar também vai estar encerrado no início da próxima
semana, recordando que os funcionários são timorenses e que muitos têm de votar
fora da capital.
A
medida deverá afetar igualmente os bancos, que normalmente seguem as
tolerâncias de ponto decretadas pelo Governo.
O
diretor do BNU, Fernando Torrão Alves, explicou à Lusa que o banco deverá
fechar na segunda e terça-feira, com a sede a estar aberta ao público
extraordinariamente no sábado por estarem a ser distribuídos novos cartões aos
clientes devido a uma alteração do sistema.
As
eleições de 20 de março têm oito candidatos, menos quatro do que em 2012 e o
mesmo número do que em 2007.
O
boletim de voto é encabeçado por Antonio Maher Lopes, Fatuk Mutin, candidato
apoiado pelo Partido Socialista de Timor (PST).
Francisco
Guterres Lu-Olo (apoiado pela Fretilin e pelo CNRT) é o segundo no boletim,
seguindo-se os independentes Amorim Vieira e José Neves e José Luis Guterres,
deputado e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros (apoiado pela Frente Mudança).
Em
sexto lugar no boletim de voto está a única mulher candidata à Presidência,
Angela Freitas, presidente do Partido Trabalhista (PT), em sétimo surge o
independente Luis Tilman e em oitavo o candidato apoiado pelo Partido
Democrático (PD), António da Conceição, que suspendeu o seu cargo de ministro
da Educação até ao fim da campanha.
A
campanha eleitoral termina na próxima sexta-feira com um debate em que participam
os oito candidatos.
Além
desse ato conjunto, apenas quatro dos oito candidatos têm ações de campanha
previstas para sexta-feira, nomeadamente Antonio Maher Lopes e Francisco
Guterres Lu-Olo, com comícios em Díli, José Luis Guterres com um comício em Baucau
(segunda cidade do país) e António da Conceição, com um comício em Liquiçá, a
oeste da capital.
Ângela
Freitas tem a sua última ação de campanha na quinta-feira em Pante Makasar, no
enclave de Oecusse Ambeno, e Luis Tilman termina a campanha no mesmo dia em
Letefoho, no distrito de Ermera, a sul de Díli.
José
Neves e Amorim Vieira têm as suas últimas ações de campanha hoje, na ilha de
Ataúro.
Estão
registadas para votar 747.252 pessoas residentes em Timor-Leste, 853 residentes
na Austrália e 479 residentes em Portugal, segundo informações do Secretariado
Técnico da Administração Eleitoral (STAE).
As
eleições presidenciais e legislativas deste ano são as primeiras com votação de
timorenses na diáspora, nomeadamente em Portugal e na Austrália, numa iniciativa
que o Governo quer alargar no futuro.
As
presidenciais deverão ter 941 mesas de voto em 693 centros de votação, o que
obriga à contração de mais de 10 mil funcionários para acompanhamento
eleitoral. Foram contratados 693 'brigadistas' - um responsável por cada um dos
centros de votação - e 9.410 oficiais eleitorais, dez por cada uma das mesas de
voto.
Os
processos eleitorais deste ano têm um orçamento de cerca de 10 milhões de
dólares para o STAE, a que se somam 1,5 milhões para as Forças de Defesa (F-FDTL)
e 2,5 milhões para a polícia (PNTL).
ASP
// MP
Sem comentários:
Enviar um comentário