Díli,
24 mai (Lusa) - As eleições parlamentares timorenses de 22 de julho terão
apenas uma coligação pré-eleitoral entre as forças políticas candidatas, com
três partidos aliados sob a bandeira do Bloco de Unidade Popular (BUP), disse à
Lusa um responsável eleitoral.
O
presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Alcino Baris, confirmou à
Lusa que apenas uma coligação se apresentou até à passada segunda-feira, prazo
limite para que as autoridades eleitorais fossem notificadas da intenção destes
acordos antes do voto.
"Foi
a única coligação que se apresentou na CNE até ao prazo limite", disse à
Lusa.
Uma
outra fonte da CNE explicou à Lusa que o BUP reúne três forças políticas, o
Partido de Libertação do Povo Aileba (PLPA), o Partido Millenium Democrático
(PMD) e o Partido Democrático República de Timor-Leste (PDRT).
Criado
em julho de 2015, o BUP está hoje bastante mais enfraquecido do que então,
tendo perdido as suas duas forças políticas mais fortes, concretamente o
Partido Socialista de Timor (PST), criado em 1990 e liderado por Avelino
Coelho, e o Partido Republicano Nacional de Timor-Leste (PARENTIL), criado em
2001 e liderado por Flaviano Pereira Lopes.
Diferenças
de opinião levaram estes dois partidos a afastar-se do BUP, devendo
apresentar-se separadamente às eleições parlamentares.
Dos
cinco partidos iniciais, o PST é o que tem mais historial eleitoral em
Timor-Leste, a começar pelas eleições para a Assembleia Constituinte, nas quais
obteve cerca de 6.480 votos, o que permitiu a eleição de um deputado, no caso
Avelino Coelho.
Em
2007, apresentaram-se três das forças políticas, tendo o PDRT obtido o maior
número de votos, 7.781 (1,86% do total), seguindo-se o PST com 3.982 votos e o
PMD (2.878 votos).
Nas
últimas eleições legislativas apresentaram-se a votos três dos partidos, o PST
com 11.379 votos (2,41% e a sexta força mais votada) e a coligação Bloco
Proclamador, formada pelo PMD e PARENTIL, que obteve 3.125 votos (0,66%).
Alterações
à lei eleitoral aprovadas recentemente implicam que os partidos só conseguirão
eleger deputados para o Parlamento Nacional se obtiverem pelo menos 4% dos
votos válidos.
Nas
eleições de 2012 apenas quatro partidos conseguiram superar a barreira, o
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), a Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Democrático (PD) e a Frente
Mudança (FM), este último com pouco mais do limite na altura, que era de 3% do
voto.
O
calendário eleitoral prevê que as candidaturas dos partidos sejam formalizadas
até 01 de junho junto do Tribunal de Recurso, que até 11 de julho completa a
verificação das candidaturas apresentadas e, cinco dias depois, conduz o
sorteio da ordem dos boletins de votos a ser feita a 15 ou 16 de junho.
Acilino
Manuel Branco, diretor-geral do Secretariado Técnico de Assistência Eleitoral
(STAE), disse à Lusa que até ao momento estão registados em Timor-Leste um
total de 31 partidos.
"Isso
não implica que todos se possam candidatar, já que terão que cumprir um
conjunto de critérios com base na lei eleitoral", explicou, recordando que
nas últimas eleições parlamentares, em 2012, se apresentaram 19 candidaturas
entre as quais duas de coligações.
A
campanha eleitoral de 30 dias decorre entre 20 de junho e 19 de julho, estando
depois previstos dois dias de reflexão antes do voto de 22 de julho.
O
calendário prevê que o apuramento a nível municipal esteja concluído até 24 de
julho e o apuramento a nível nacional concluído até 27 de julho.
Os
65 deputados do Parlamento Nacional que sejam eleitos a 22 de julho terão a
responsabilidade de apoiar a formação do próximo executivo, o VII Governo
constitucional.
ASP
// FPA
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