Ainda
ontem fora condecorado pelo presidente da República, Taur Matan Ruak, tinha 80
anos e não parava, sempre por Timor. Segundo os seus conceitos. Nada fazia
prever este desfecho na vida de um timorense para alguns controverso mas para
todos um grande patriota. Conduzia numa rua da sua cidade, Díli, e ali o surpreendeu
um ataque cardíaco que o levou ‘para junto do seu Deus e de tantos dos seus
amados familiares que já antes dele se foram. Timor-Leste ficou mais pobre,
como acontece sempre que perde figuras destacadas da sua história. A família
Carrascalão, tão numerosa, está de luto, mas todos os timorenses também devem
estar.
Foi-se o homem ficou a obra. O reconhecimento da Nação Timorense a Mário
Carrascalão foi ontem oficializado através da condecoração do Grande Colar da
Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de
Estado, Taur Matan Ruak. Ainda chegou a tempo de ele saber sobre o
agradecimento e reconhecimento da Pátria à sua postura, à sua obra. Foi como se
na despedida triste um raio de luz incidisse sobre Mário e o destacasse merecidamente como
ilustre filho querido e distinto patriota. Adeus, nobre timorense. Muito
obrigado.
BG
| TA
Morreu
o ex-vice-primeiro-ministro timorense Mário Carrascalão
O
ex-vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mário Carrascalão, morreu hoje no
Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, disse à Lusa um familiar.
Mário
Carrascalão, que foi governador durante a ocupação indonésia e
vice-primeiro-ministro após a independência, faleceu um dia depois de ser
galardoado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração
do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.
ASP//ISG
Presidente
timorense lamenta morte de "destacado lutador"
Díli,
19 mai (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste lamentou hoje a morte do
ex-vice-primeiro-ministro Mário Carrascalão, que lembrou como "um dos mais
destacados lutadores pela condição dos timorenses", autorizando o seu
enterro no Jardim dos Heróis.
"Mário
Carrascalão foi sempre um dos mais destacados lutadores pela condição dos
timorenses, sendo daqueles que deixa, para as gerações mais jovens um legado
mais rico", referiu uma nota da Presidência timorense.
"O
Presidente autorizou que o Eng. Mário Carrascalão repouse no Jardim dos Heróis
em Metinaro", explicou a mesma nota.
Mário
Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima
de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro
da capital timorense.
Taur
Matan Ruak expressou "profundo pesar" pela morte de Carrascalão, que
condecorou na quinta-feira com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, numa
cerimónia em que participaram vários líderes timorenses.
Dirigentes
do país "que beneficiaram das políticas educativas do engenheiro Mário
Carrascalão e que assim tiveram, como o país, oportunidade de lhe
agradecer", disse.
No
discurso de entrega da condecoração, na quinta-feira, Taur Matan Ruak recordou
que Mário Carrascalão "compreendeu e demostrou a todos que o objetivo da
luta de libertação nacional não pode ser qualquer glória, pessoal ou
coletiva".
Carrascalão
"sempre defendeu Timor-Leste e os timorenses", e por acreditar na paz
"promoveu conversações de paz entre o ocupante e os guerrilheiros e sempre
defendeu a melhoria das condições de vida dos timorenses", afirmou.
O
chefe de Estado timorense sublinhou a atenção que Mário Carrascalão deu ao tema
da educação, sendo na sua altura como Governador que se fundo a primeira
universidade no país, com vários jovens a terem oportunidade de estudar fora de
Timor-Leste.
"A
abertura do território, então totalmente isolado, promovida pelo Sr. Eng. Mário
Carrascalão deu maior visibilidade ao sofrimento dos Timorenses e às justas
aspirações da luta de libertação nacional", recordou.
"Uma
voz ativa sempre na defesa dos timorenses", destacou-se como deputado e
membro do Governo, e na vida cívica, "na defesa dos cidadãos e no combate
à corrupção, um dos flagelos do nosso tempo", sublinhou.
As
imagens da entrega da condecoração dominam hoje as redes sociais em
Timor-Leste, onde se sucedem os comentários de pêsames de familiares, amigos,
dirigentes timorenses e cidadãos comuns, que ensombram os festejos do 15.º
aniversário da restauração da independência, no sábado.
ASP
// EJ
Timor-Leste
perdeu "figura incontornável" - bispo Nascimento
Díli,
19 mai (Lusa) - O presidente da Conferência Episcopal Timorense e bispo de
Baucau, Basílio do Nascimento, lamentou hoje a perda de Mário Carrascalão,
considerando-o uma "figura incontornável" que colocou Timor-Leste
"na passadeira internacional".
"É
o desaparecimento de uma grande figura, gostasse-se ou não se gostasse,
concordasse-se ou não, foi uma grande figura de Timor, durante o tempo da
ocupação", afirmou à Lusa Basílio do Nascimento.
"Ele
pôs Timor na passadeira internacional, sobretudo no momento em que Timor estava
vedado ao exterior. Ele usou da sua inteligência, da sua capacidade de
persuasão, para abrir Timor ao mundo e fazer com que o mundo soubesse o que se
passava em Timor", considerou.
O
prelado timorense destacou, por um lado, o facto de Mário Carrascalão ter tido
um papel fulcral na educação de muitos timorenses, muitos deles hoje líderes no
país, e a importância dos encontros que manteve com Xanana Gusmão em 1983
próximo da localidade de Lariguto.
"Foi
um encontro histórico e o aproximar de timorenses até então separados pelas
ideologias e pelas condições. Um ato histórico dos dois, Xanana Gusmão e Mário
Carrascalão", disse.
A
importância de Lariguto está simbolicamente reconhecida no principal salão do
edifício da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que dá nome ao espaço, em
reconhecimento do diálogo que representa.
"Mário
Carrascalão é uma figura incontornável. Hoje há muito poucas vozes que são críticas
da sua ação e mesmo essas poucas não deixam de lhe reconhecer o mérito",
disse o bispo timorense.
Questionado
sobre se Mário Carrascalão deveria ser enterrado no Cemitério dos Heróis em
Metinaro, Basílio do Nascimento disse que a decisão cabe à família, mas que o
ex-vice-primeiro-ministro "merece sem qualquer dúvida estar lá".
Mário
Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima
de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro
de Díli.
ASP
// FPA
PM
timorense lamenta morte inesperada de "grande combatente"
Díli,
19 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, lamentou a
morte inesperada de Mário Carrascalão, que faleceu hoje vítima de ataque
cardíaco, recordando-o como "um grande combatente em prol do
bem-estar" dos timorenses.
"Lamento
imenso a inesperada morte do engenheiro Mário Viegas Carrascalão, que é uma
inquestionável figura de referência para o país", disse Rui Araújo numa
mensagem enviada à Lusa.
"Ainda
ontem [quinta-feira] tive a enorme satisfação de estar presente na cerimónia de
condecoração e de o felicitar por ter sido merecidamente agraciado pelo chefe
do Estado por tudo aquilo que fez em prol de Timor-Leste e dos Timorenses,
nalgumas e não raras ocasiões, arriscando a sua própria vida", disse.
Mário
Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima
de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro
da capital timorense.
Ex-vice-primeiro-ministro
do IV Governo constitucional, Mário Carrascalão foi fundador da UDT e governador
nomeado pela Indonésia para Timor-Leste.
Na
mensagem, Rui Araújo recordou-o como "um grande combatente do bem-estar e
prosperidade dos Timorenses".
"Paz
à sua alma e profundas condolências à família enlutada", refere a
mensagem.
ASP
// SB
Ramos-Horta
destaca "integridade, honestidade, dedicação"
Díli,
19 mai (Lusa) - O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta lembrou hoje a
"integridade, honestidade e dedicação a Timor-Leste" do
ex-vice-primeiro-ministro Mário Carrascalão, cuja notícia da morte recebeu com
"profundo choque".
"Muitas
vezes não era compreendido. Mas não há alguém em Timor-Leste que alguma vez
pudesse apontar algo negativo a Mário Carrascalão no tocante à sua integridade,
honestidade e sua dedicação a Timor-Leste", disse Ramos-Horta em
declarações à Lusa, em Díli.
"Mário
Carrascalão sempre foi um defensor da verdade, denunciando a corrupção ou
prepotência no tempo indonésio e após a independência, mas sempre se pugnou
pela reunião, reconciliação entre todos os timorenses", afirmou.
Ramos-Horta
disse que sempre admirou Carrascalão, o quinto de 12 irmãos (e o quarto a
falecer), "desde os tempos em que era chefe dos serviços de
agricultura", no tempo da administração portuguesa de Timor-Leste.
Depois,
conheceu o homem "simples, acessível e honesto", que desempenhou
funções na missão permanente da Indonésia junto da ONU, e "embora em
campos diplomáticos opostos" sempre "confidenciou em privado a
verdade da situação no país", afirmou.
"Quando
foi convidado para Governador, peguntou a minha opinião e eu disse que deveria
aceitar porque assim poderia proteger timorenses e ele aceitou", recordou
Ramos-Horta.
"Salvou
muitas vidas de timorenses, conseguiu a primeira abertura de Timor-Leste e pela
primeira vez centenas de timorenses puderam ir para Jacarta estudar com bolsas
de estudo", disse.
"Houve
inúmeras situações em que interveio junto de Suharto [Presidente da Indonésia
entre 1967 e 1998] para melhorar a situação em Timor-Leste", disse,
recordando o trabalho daquele que foi Governador de Timor-Leste entre 1982 e
1992.
Mário
Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima
de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro
da capital timorense.
Uma
testemunha, Hipólito da Silva, disse ter visto o carro a despistar-se e depois
a embater num poste, tendo ido em auxilio de Carrascalão que estava ainda vivo.
Transportado para o Hospistal Guido Valadares, morreu pouco tempo depois.
A
família está ainda a organizar o funeral.
Fundador
do primeiro partido timorense, a União Democrática Timorense (UDT), Carrascalão
foi Governador nomeado por Jacarta e, depois da independência, exerceu o cargo
de vice-primeiro-ministro no IV Governo constitucional.
ASP
// EJ
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