Hong
Kong, China, 19 ago (Lusa) -- O Governo de Hong Kong defendeu hoje a decisão de
prender três dos principais líderes estudantis dos protestos em 2014 pelo
sufrágio universal, enquanto um grupo de ativistas estrangeiros emitiu uma
declaração conjunta a pedir a sua libertação.
O
secretário-chefe, Matthew Cheung Kin-chung, defendeu a decisão e garantiu que
não impede a comunicação do Governo com os jovens, escreve o jornal South China
Morning Post (SCMP).
O
'número dois' do Executivo de Carrie Lam disse que as decisões do tribunal e o
trabalho do Governo com os jovens são "duas questões separadas" e
criticou os órgãos de comunicação estrangeiros por uma cobertura
"tendenciosa" sobre o tema.
Na
quinta-feira, os três jovens ativistas Joshua Wong (20 anos), Alex Chow (27
anos) e Nathan Law (24 anos) foram condenados respetivamente a seis, sete e
oito meses de prisão, uma sentença agravada após recurso do Departamento de
Justiça de Hong Kong da decisão judicial de há um ano.
Wong
e Chow foram previamente declarados culpados de assembleia ilegal e Law de
incitar outros a uma reunião ilícita por invadirem uma área no exterior da sede
do governo, conhecida como Civic Square (Praça Cívica), no âmbito de um
protesto a 26 de setembro de 2014.
Os
dois primeiros tinham sido condenados a trabalho comunitário, que já cumpriram,
enquanto Chow foi inicialmente condenado a três semanas de prisão mas com pena
suspensa.
Matthew
Cheung Kin-chung fez estas declarações depois de 25 políticos, advogados e
ativistas estrangeiros terem emitido uma declaração conjunta a pedir a
libertação dos três jovens.
Entre
os signatários estão o ex-ministro britânico Malcolm Rifkind, o congressista
norte-americano Christopher Smith, e o deputado canadiano Garnett Genuis.
Por
usa vez, os grupos democráticos de Hong Kong instaram hoje a população a sair à
rua no domingo para protestar contra a "perseguição política".
Os
incidentes pelos quais os três líderes estudantis foram presos marcaram o
início de 79 dias de ocupação das ruas durante o outono de 2014, que ficaram
conhecidos como 'Occupy' ou 'Revolução dos Guarda-Chuvas', com entre três e
cinco áreas da cidade cortadas ao trânsito com tendas e barricadas.
A
oposição em Hong Kong e setores da comunidade internacional criticaram as
manobras do Executivo da cidade, ligado ao regime chinês, acusando-o de
utilizar os tribunais para suprimir os movimentos democráticos surgidos em
2014.
FV
// PJA
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