domingo, 20 de agosto de 2017

Governo de Hong Kong defende sentença de prisão efetiva para líderes estudantis de 'Occupy'

Hong Kong, China, 19 ago (Lusa) -- O Governo de Hong Kong defendeu hoje a decisão de prender três dos principais líderes estudantis dos protestos em 2014 pelo sufrágio universal, enquanto um grupo de ativistas estrangeiros emitiu uma declaração conjunta a pedir a sua libertação.

O secretário-chefe, Matthew Cheung Kin-chung, defendeu a decisão e garantiu que não impede a comunicação do Governo com os jovens, escreve o jornal South China Morning Post (SCMP).

O 'número dois' do Executivo de Carrie Lam disse que as decisões do tribunal e o trabalho do Governo com os jovens são "duas questões separadas" e criticou os órgãos de comunicação estrangeiros por uma cobertura "tendenciosa" sobre o tema.

Na quinta-feira, os três jovens ativistas Joshua Wong (20 anos), Alex Chow (27 anos) e Nathan Law (24 anos) foram condenados respetivamente a seis, sete e oito meses de prisão, uma sentença agravada após recurso do Departamento de Justiça de Hong Kong da decisão judicial de há um ano.


Wong e Chow foram previamente declarados culpados de assembleia ilegal e Law de incitar outros a uma reunião ilícita por invadirem uma área no exterior da sede do governo, conhecida como Civic Square (Praça Cívica), no âmbito de um protesto a 26 de setembro de 2014.

Os dois primeiros tinham sido condenados a trabalho comunitário, que já cumpriram, enquanto Chow foi inicialmente condenado a três semanas de prisão mas com pena suspensa.

Matthew Cheung Kin-chung fez estas declarações depois de 25 políticos, advogados e ativistas estrangeiros terem emitido uma declaração conjunta a pedir a libertação dos três jovens.

Entre os signatários estão o ex-ministro britânico Malcolm Rifkind, o congressista norte-americano Christopher Smith, e o deputado canadiano Garnett Genuis.

Por usa vez, os grupos democráticos de Hong Kong instaram hoje a população a sair à rua no domingo para protestar contra a "perseguição política".

Os incidentes pelos quais os três líderes estudantis foram presos marcaram o início de 79 dias de ocupação das ruas durante o outono de 2014, que ficaram conhecidos como 'Occupy' ou 'Revolução dos Guarda-Chuvas', com entre três e cinco áreas da cidade cortadas ao trânsito com tendas e barricadas.

A oposição em Hong Kong e setores da comunidade internacional criticaram as manobras do Executivo da cidade, ligado ao regime chinês, acusando-o de utilizar os tribunais para suprimir os movimentos democráticos surgidos em 2014.

FV // PJA

Sem comentários: