Primeiro
chefe de Governo depois da restauração da independência de Timor-Leste em 2002,
Alkatiri continua a ser visto como um dos políticos e gestores mais hábeis do
país
Mari
Alkatiri, atual secretário-geral da Fretilin, é o nome mais consensual para próximo
primeiro-ministro de Timor-Leste, entre os dirigentes dos três partidos que
devem viabilizar o executivo, disseram hoje à Lusa fontes partidárias.
Vários
dirigentes do Partido Libertação Popular (PLP) e do Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO) manifestaram já a sua preferência pelo atual líder
da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o partido mais
votado nas legislativas de 22 de julho.
Primeiro
chefe de Governo depois da restauração da independência de Timor-Leste em 2002,
Alkatiri continua a ser visto como um dos políticos e gestores mais hábeis do
país e, por isso, "com a força" para liderar o período complexo que
Timor-Leste tem pela frente, disse à Lusa fonte do PLP.
Importantes
reformas em áreas como a administração pública, a justiça e o setor fiscal, bem
como os desafios financeiros e económicos que Timor-Leste enfrenta tornam os
próximos anos cruciais para o futuro.
"Consideramos
Mari Alkatiri um líder muito capaz para ser primeiro-ministro", disse à
Lusa fonte do KHUNTO.
A
decisão final sobre quem vai liderar o próximo executivo cabe à Fretilin e
deverá ser tomada numa reunião do comité central do partido, prevista para a
tarde de sábado.
Formalmente,
os estatutos do partido preveem que seja o secretário-geral a ocupar o cargo de
chefe do Governo, mas Mari Alkatiri tem afirmado que quer ter a liberdade de
decidir se aceita ou não o cargo, reconhecendo em público e privado que há
pressão dentro do partido para que aceite.
Dentro
do partido - segundo vários dirigentes ouvidos pela Lusa - há, na prática, duas
opiniões dominantes. De um lado, aqueles que defendem que o primeiro-ministro
deve ser Mari Alkatiri, o mais hábil para gerir um Governo de coligação, ou de
incidência parlamentar.
Por
outro lado, muitos temem que, com Mari Alkatiri nas rédeas do executivo, o
líder histórico possa vir a ser um alvo mais personalizado das críticas ao
Governo - algo que ocorreu, em parte, no primeiro executivo. Por isso defendem
como alternativa a escolha do atual chefe do Governo, Rui Maria de Araújo.
'Emprestado'
pela Fretilin ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) para
liderar o VI Governo, Rui Araújo é respeitado na Fretilin, ainda que não seja
uma figura totalmente consensual e o seu nome está hoje destacado à frente de
qualquer lista de alternativas a Alkatiri.
O
nome do primeiro-ministro deverá ser comunicado ao chefe de Estado na próxima
terça-feira, 23 de agosto, eventualmente numa reunião em que participem os
líderes dos três partidos que vão viabilizar o Governo: Fretilin, PLP e KHUNTO.
Depois
desse encontro e nos dias seguintes deverá ser completada a lista de membros do
Governo, da qual não se excluem, para já, as participações de elementos do PLP
e do KHUNTO, podendo vir também a participar 'independentes' ou elementos de
fora da 'troika' governativa.
Lusa
| em Diário de Notícias
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