O
Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, empossou hoje os primeiros 12
elementos do VII Governo constitucional, liderado por Mari Alkatiri e cuja
composição final só será conhecida nas próximas semanas.
A
cerimónia de posse decorreu no Palácio Nobre de Lahane, em Díli, onde os
elementos do elenco governativo prestaram juramento.
Lu-Olo
disse que a composição do Governo "tem em conta o modo como o povo votou e
resulta do acordo entre partidos políticos com assento no Parlamento
Nacional", nomeadamente a Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin) e o Partido Democrático (PD), que assinaram o acordo de
coligação de Governo.
"Os
cidadãos confiaram o seu voto a vários partidos: isto é normal, em democracia.
É responsabilidade dos partidos negociarem soluções, para garantir o
funcionamento estável das instituições, e assegurar a implementação estável e
rápida de planos de desenvolvimento social e económico - planos que todos os
partidos reconhecem serem necessários e que, em muitos casos, são propostas
conhecidas ou já aprovadas", disse Lu-Olo.
O
chefe de Estado recordou os princípios que nortearam a escolha dos membros do
Governo, como mérito, proporcionalidade, igualdade de género e avaliação "com
base na eficiência da implementação".
"A
coligação que apoia o sétimo governo constitucional baseia-se em princípios
acordados entre a Fretilin e o Partido Democrático. Neste momento, em que dei
solenemente posse ao senhor Primeiro-Ministro Dr. Mari Alkatiri e a
ministros-chave do governo, é importante sublinhar o seu compromisso de
garantir a estabilidade governativa", acrescentou.
O
Presidente timorense saudou o "sentido de dever" dos membros do
executivo cuja experiência e conhecimento "são contributos valiosos para
reforçar o sentimento de confiança da sociedade no funcionamento das
instituições".
Sobre
os partidos da coligação, Lu-Olo disse que a sua participação e contributo são
"indispensáveis para a estabilidade e desenvolvimento de Timor-Leste"
que se alarga a um modelo, que inclui "o apoio de incidência parlamentar,
a auscultação do sentimento dos cidadãos e o diálogo, sempre que for
necessário, para a harmonia da sociedade".
No
discurso, Lu-Olo referiu-se aos compromissos assumidos pela coligação,
nomeadamente "garantir o desenvolvimento equilibrado, sustentável, dos
municípios e das várias regiões", "garantir e consolidar a transição
de gerações" e "combater firmemente a corrupção, colusão e
nepotismo".
Estes
compromissos "correspondem às necessidades do país" e, se forem
alicerces da governação, podem fazer avançar o país, conseguindo acolher apoios
adicionais de outras forças políticas e da sociedade civil, disse.
Conquistada
a paz e a estabilidade, é essencial "melhorar muito a educação, a saúde e
a qualidade de outros serviços do Estado", avançando na implementação dos
planos de desenvolvimento e no combate à pobreza, fortalecendo a economia e as
condições de vida da população, destacou.
Para
isso, é necessária "unidade nacional", procurando "encontrar as
melhores formas de reforçar a estabilidade e caminhar em frente, para o
desenvolvimento", afirmou.
Ao
novo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, Lu-Olo lembrou que é a segunda vez que
lidera o Governo, cargo ao qual trás "vasta experiência e
capacidade".
"A
tarefa do governo é muito exigente: tem de ajudar o país, nos próximos cinco
anos, a iniciar o salto de um país com grande pobreza, para um país de
médio-alto rendimento, sem pobreza, com uma economia diversificada e
sustentável", disse.
"As
coisas que nos unem são muito maiores, e mais importantes, do que as coisas que
nos separam. Apesar das diferenças, podemos cooperar para um Timor-Leste mais
próspero e mais feliz", afirmou Lu-Olo, que se comprometeu a colaborar
"para ajudar a reduzir diferenças e aproximar os timorenses".
O
VII Governo começa hoje o mandato, que se prolonga até 2022, ainda com parte do
elenco por conhecer, estimando-se que venha a incluir no total 30 ministros,
vice-ministros e secretários de Estado.
SAPO
TL com Lusa
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