sexta-feira, 15 de setembro de 2017

VII Governo timorense toma posse com pouco mais de um terço dos lugares preenchidos

O Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, empossou hoje os primeiros 12 elementos do VII Governo constitucional, liderado por Mari Alkatiri e cuja composição final só será conhecida nas próximas semanas.

A cerimónia de posse decorreu no Palácio Nobre de Lahane, em Díli, onde os elementos do elenco governativo prestaram juramento.

Lu-Olo disse que a composição do Governo "tem em conta o modo como o povo votou e resulta do acordo entre partidos políticos com assento no Parlamento Nacional", nomeadamente a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e o Partido Democrático (PD), que assinaram o acordo de coligação de Governo.

"Os cidadãos confiaram o seu voto a vários partidos: isto é normal, em democracia. É responsabilidade dos partidos negociarem soluções, para garantir o funcionamento estável das instituições, e assegurar a implementação estável e rápida de planos de desenvolvimento social e económico - planos que todos os partidos reconhecem serem necessários e que, em muitos casos, são propostas conhecidas ou já aprovadas", disse Lu-Olo.


O chefe de Estado recordou os princípios que nortearam a escolha dos membros do Governo, como mérito, proporcionalidade, igualdade de género e avaliação "com base na eficiência da implementação".

"A coligação que apoia o sétimo governo constitucional baseia-se em princípios acordados entre a Fretilin e o Partido Democrático. Neste momento, em que dei solenemente posse ao senhor Primeiro-Ministro Dr. Mari Alkatiri e a ministros-chave do governo, é importante sublinhar o seu compromisso de garantir a estabilidade governativa", acrescentou.

O Presidente timorense saudou o "sentido de dever" dos membros do executivo cuja experiência e conhecimento "são contributos valiosos para reforçar o sentimento de confiança da sociedade no funcionamento das instituições".

Sobre os partidos da coligação, Lu-Olo disse que a sua participação e contributo são "indispensáveis para a estabilidade e desenvolvimento de Timor-Leste" que se alarga a um modelo, que inclui "o apoio de incidência parlamentar, a auscultação do sentimento dos cidadãos e o diálogo, sempre que for necessário, para a harmonia da sociedade".

No discurso, Lu-Olo referiu-se aos compromissos assumidos pela coligação, nomeadamente "garantir o desenvolvimento equilibrado, sustentável, dos municípios e das várias regiões", "garantir e consolidar a transição de gerações" e "combater firmemente a corrupção, colusão e nepotismo".

Estes compromissos "correspondem às necessidades do país" e, se forem alicerces da governação, podem fazer avançar o país, conseguindo acolher apoios adicionais de outras forças políticas e da sociedade civil, disse.

Conquistada a paz e a estabilidade, é essencial "melhorar muito a educação, a saúde e a qualidade de outros serviços do Estado", avançando na implementação dos planos de desenvolvimento e no combate à pobreza, fortalecendo a economia e as condições de vida da população, destacou.

Para isso, é necessária "unidade nacional", procurando "encontrar as melhores formas de reforçar a estabilidade e caminhar em frente, para o desenvolvimento", afirmou.

Ao novo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, Lu-Olo lembrou que é a segunda vez que lidera o Governo, cargo ao qual trás "vasta experiência e capacidade".

"A tarefa do governo é muito exigente: tem de ajudar o país, nos próximos cinco anos, a iniciar o salto de um país com grande pobreza, para um país de médio-alto rendimento, sem pobreza, com uma economia diversificada e sustentável", disse.

"As coisas que nos unem são muito maiores, e mais importantes, do que as coisas que nos separam. Apesar das diferenças, podemos cooperar para um Timor-Leste mais próspero e mais feliz", afirmou Lu-Olo, que se comprometeu a colaborar "para ajudar a reduzir diferenças e aproximar os timorenses".

O VII Governo começa hoje o mandato, que se prolonga até 2022, ainda com parte do elenco por conhecer, estimando-se que venha a incluir no total 30 ministros, vice-ministros e secretários de Estado.

SAPO TL com Lusa

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