Para um estudioso britânico, a
confusão popular deve-se a argumentos arqueológicos pouco fiáveis, como o que
defende que Jesus era bisneto de Cleópatra
Uma pesquisa recente revelou que
40 por cento dos adultos do Reino Unido não acreditam que Jesus tenha existido.
Mas para Simon Gathercole, estudioso do Novo Testamento na Universidade de
Cambridge, Jesus Cristo não é só uma ideia, mas uma "evidência
histórica", defende, num artigo publicado no jornal The Guardian.
"Os estudiosos concordam que
os primeiros escritos sobre a figura de Jesus Cristo foram redigidos 25 anos
depois da morte de Jesus", mas alguns relatos biográficos detalhados de
Jesus, nos evangelhos do Novo Testamento, datam de cerca de 40 anos depois da
sua morte e nasceram a partir "de vários testemunhos oculares", pode
ler-se na crónica.
"É difícil imaginar que os
escritores cristãos inventassem uma figura de um salvador tão completamente
judeu num tempo e lugar - sob a égide do império romano - onde existia uma
forte suspeita de judaísmo", escreve Simon Gathercole.
De acordo com Gathercole,
"parte da confusão popular em torno da existência de Jesus é gerada por
argumentos arqueológicos peculiares". Recentemente, "houve afirmações
de que Jesus era um bisneto de Cleópatra e até existiriam moedas antigas que
supostamente mostravam Jesus com a coroa de espinhos".
No entanto, "é difícil
encontrar historiadores que considerem este material um dado arqueológico
sério", garante o estudioso. "Os documentos produzidos pelos
escritores cristãos, judeus e romanos constituem a evidência mais significativa",
sublinha.
Diário de Notícias | Foto EPA/Ahmed
Jallankzo
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