Díli, 20 mar (Lusa) - Os três
partidos da oposição no parlamento timorense, que está dissolvido, lamentaram
hoje que o Governo tenha "preferido", numa altura de duodécimos,
gastar dinheiro do Estado a pagar aos candidatos presidenciais do que a
assegurar serviços públicos.
A crítica foi feita em
conferência de imprensa conjunta do Congresso Nacional da Reconstrução
Timorense (CNRT), do Partido Libertação Popular (PLP) e do Kmanek Haburas
Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) no Parlamento Nacional, hoje.
Os três partidos consideram a
decisão um "grave conflito de interesse" e uma decisão
"lamentável", num momento em que "o país está a fazer um grande
esforço de poupança e a viver com o regime duodecimal".
"O Governo está sem
orçamento, o Ministério da Saúde está sem orçamento para pagar hospitais no
estrangeiro, mas o Governo de gestão liderado por Mari Alkatiri prefere gastar
dinheiro nos candidatos do que assegurar um serviço público ao povo de
Timor-Leste", refere o comunicado conjunto.
Em fevereiro, o Governo timorense
aprovou um decreto em que determina o pagamento de um valor de 4 dólares (3,24
euros) por voto como subvenção aos partidos políticos e candidatos
presidenciais.
"O cálculo do valor total da
subvenção será realizado em razão do número total de votos obtidos pelos
partidos políticos conforme o acórdão judicial que validou a eleição,
proclamando os resultados eleitorais", explicou na altura o executivo.
Fonte do executivo confirmou à
Lusa que foi deliberado que os candidatos presidenciais às eleições de 20 de
março do ano passado receberiam esses fundos de forma imediata.
Os partidos políticos receberão
igualmente 4 dólares por voto obtido nas eleições legislativas de 22 de julho
passado, mas esse valor só lhes será entregue quando for aprovado o Orçamento
Geral do Estado de 2018.
No caso do Presidente Lu-Olo,
líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) que
venceu as eleições, isso implica receber um total de 1,18 milhões de dólares
(955 mil euros) pelos mais de 295 mil votos que recebeu.
O segundo classificado, António
da Conceição - dirigente do Partido Democrático (PD) e que é atualmente
ministro do Comércio e Industria no Governo liderado pela Fretilin - receberá
mais de 671 mil dólares (543 mil euros) pelos seus quase 168 mil votos.
José Luís Guterres receberá 54
mil dólares (13.500 votos, quase 44 mil euros), José Neves (que também está no
Governo) receberá cerca de 45 mil dólares (11.660 votos, cerca de 36 mil
euros), Luis Tilman praticamente o mesmo e Antonio Maher Lopes cerca de 36 mil
dólares (29 mil euros).
ASP. // JH
Sem comentários:
Enviar um comentário