Díli, 20 mar (Lusa) - O
primeiro-ministro timorense assinou hoje com a Timor Telecom, a maior e mais
antiga operadora de telecomunicações do país, um contrato para o fornecimento,
instalação e configuração de "rede principal" de fibra ótica doméstica.
Com um valor de cerca de 1,88 mil
milhões de dólares, o projeto abrange, em concreto, a interligação da rede
fibra ótica entre as subestações da EDTL (Eletricidade de Timor-Leste) e os
edifícios da administração municipal nos 12 municípios.
Está igualmente incluída a
ligação entre os municípios e os centros de dados do gabinete do
primeiro-ministro, "o que permitirá ao Governo ter a sua própria rede
privada" e assim avançar com o processo de ampliação do Governo
Eletrónico.
O contrato foi assinado por Mari
Alkatiri e pelo responsável da Timor Telecom, Capitão Amaro, numa cerimónia no
Palácio do Governo em Díli.
Quando estiver instalada, a rede
doméstica poderá ser conectada ao cabo submarino cuja instalação deverá ocorrer
em breve, depois do Governo assinar na segunda-feira uma nota de intenções com
duas empresas indonésias que vão investir neste projeto.
O contrato hoje assinado inclui
um período de três anos de suporte e manutenção da Timor Telecom, empresa que
está disponível para "cooperar na expansão a partir desta rede, para a
cobertura de todas as instituições do Estado em todos os Municípios".
Para o chefe do Governo, este é
um passo "decisivo para a administração do país".
"Esta rede interna de fibra
ótica que irá abrir portas para o Governo eletrónico muito brevemente. Isso significa
governo mais eficiente e eficaz e, sobretudo, mais transparente", afirmou
Mari Alkatiri.
"É o que se pretende para a
administração pública. Isso trará novos desafios em termos de formação de
quadros e técnicos. Uma vez mais a Timor Telecom continua o seu trabalho
gigantesco", disse ainda.
Capitão Amaro, responsável da
Timor Telecom, disse que o acordo marca um "novo passo nos esforços dos
timorenses para a construção de uma sociedade aberta com múltiplas ligações ao
mundo".
O responsável da TT destacou o
facto da elaboração e preparação do projeto ter sido feita por quadros
timorenses qualificados da TT, "demonstrando a competência e a
qualificação dos seus quadros" nos últimos anos.
Entre outros projetos, a TT levou
a internet a escolas em Timor-Leste, desde 2003, e a 90 postos comunitários
gratuitos, desde 2006.
A funcionar em Timor-Leste desde
2003 a Timor Telecom é hoje maioritariamente (54,01%) controlada pela sociedade
Telecomunicações Públicas de Timor (TPT), onde, por sua vez, a brasileira Oi
controla 76% do capital, a que se soma uma participação direta da PT
Participações SGPS de 3,05%.
Os restantes acionistas da TPT
são a Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada
à diocese de Baucau), que controla 18%, e a Fundação Oriente (6%).
Na TT, o capital está dividido
entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau
VDT Operator Holdings (17,86%) e o empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%).
ASP // SB
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