domingo, 3 de fevereiro de 2019

China apela aos EUA e à Rússia para dialogarem sobre tratado nuclear


Pequim, 02 fev (Lusa) -- Pequim declarou-se hoje contra a retirada unilateral de Washington de um tratado crucial de desarmamento nuclear assinado com Moscovo, apelando aos dois países para realizarem "um diálogo construtivo" para evitar "consequências negativas".

Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira que se retiravam do Tratado sobre Armas Nucleares de Alcance Intermédio (INF), responsabilizando a Rússia por violar o acordo concluído em 1987 durante a Guerra Fria.

A Rússia respondeu hoje, anunciando também a suspensão da participação no tratado.

"A China opõe-se à retirada dos Estados Unidos do tratado e exorta os Estados Unidos e a Rússia a resolverem os seus diferendos de modo adequado através de um diálogo construtivo", indicou Geng Shuang, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"A retirada unilateral dos Estados Unidos pode levar a uma série de consequências negativas e a China vai prestar atenção particular à evolução da situação", adiantou num comunicado.

A decisão dos Estados Unidos era aguardada desde outubro de 2018, quando o Presidente, Donald Trump, ameaçou romper o INF. Washington indicou na sexta-feira que deixa de respeitar o acordo, a partir de domingo, iniciando um processo de abandono que durará seis meses.

Os Estados Unidos criticam a Rússia por ter desenvolvido um míssil, o 9M729, capaz de transportar uma ogiva nuclear e que terá, segundo Washington e a NATO, um alcance superior a 500 quilómetros, o que violaria o tratado. Este proíbe os mísseis de alcance entre os 500 e os 5.000 quilómetros.

A Rússia critica por seu turno os Estados Unidos por violarem o tratado com o seu sistema de defesa antimíssil instalado na Roménia e em breve na Polónia.

PAL // EA

Sem comentários: