Pequim, 02 fev (Lusa) -- Pequim
declarou-se hoje contra a retirada unilateral de Washington de um tratado
crucial de desarmamento nuclear assinado com Moscovo, apelando aos dois países
para realizarem "um diálogo construtivo" para evitar
"consequências negativas".
Os Estados Unidos anunciaram na
sexta-feira que se retiravam do Tratado sobre Armas Nucleares de Alcance
Intermédio (INF), responsabilizando a Rússia por violar o acordo concluído em
1987 durante a Guerra Fria.
A Rússia respondeu hoje,
anunciando também a suspensão da participação no tratado.
"A China opõe-se à retirada
dos Estados Unidos do tratado e exorta os Estados Unidos e a Rússia a resolverem
os seus diferendos de modo adequado através de um diálogo construtivo",
indicou Geng Shuang, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros
chinês.
"A retirada unilateral dos
Estados Unidos pode levar a uma série de consequências negativas e a China vai
prestar atenção particular à evolução da situação", adiantou num
comunicado.
A decisão dos Estados Unidos era
aguardada desde outubro de 2018, quando o Presidente, Donald Trump, ameaçou
romper o INF. Washington indicou na sexta-feira que deixa de respeitar o
acordo, a partir de domingo, iniciando um processo de abandono que durará seis
meses.
Os Estados Unidos criticam a
Rússia por ter desenvolvido um míssil, o 9M729, capaz de transportar uma ogiva
nuclear e que terá, segundo Washington e a NATO, um alcance superior a 500 quilómetros , o
que violaria o tratado. Este proíbe os mísseis de alcance entre os 500 e os 5.000 quilómetros .
A Rússia critica por seu turno os
Estados Unidos por violarem o tratado com o seu sistema de defesa antimíssil
instalado na Roménia e em breve na Polónia.
PAL // EA
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