A polícia de Hong Kong deteve
hoje cerca de 90 pessoas na sequência dos protestos contra a lei de segurança
aprovada pela China para o território e contra o adiamento das eleições legislativas.
o dia 31 de julho, a Chefe
do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou que as eleições
legislativas seriam adiadas por um ano devido ao "risco extremo para a
saúde" representado pela terceira vaga de infeções da covid-19,
negando que a decisão tivesse motivações políticas, como alegavam os movimentos
pró-democracia.
Carrie Lam argumentou com os
riscos levantados pela previsível aglomeração de eleitores e trabalhadores nas
mesas de voto e a incapacidade dos residentes de Hong Kong no
estrangeiro de viajarem para votar devido a exigências de quarentena.
O adiamento das eleições
legislativas foi o mais recente capítulo na história recente de convulsão
política na antiga colónia britânica, que foi integrada na República
Popular da China em 1997, com o estatuto de Região Administrativa Especial,
idêntico ao do território vizinho de Macau, administrado por Portugal até 1999.
A imposição por Pequim em julho de
2019 de uma nova lei de segurança nacional, que pune com penas que podem chegar
à prisão perpétua atos como a secessão ou conluio com forças
estrangeiras, mergulhou Hong Kong num clima de agitação e gerou uma reação de
protesto da comunidade internacional.
Leung Kwok-hung, Raphael
Wong Ho-ming e Figo Chan Ho-wun, membros da Liga Social Democrática, foram
alguns ativistas presos "por participarem numa marcha não
autorizada", de acordo com a imprensa, que refere ainda a adesão pouco
significativa aos protestos, marcados por uma forte presença da polícia, com
cerca de 2.000 agentes mobilizados.
Numa publicação no Facebook,
a polícia reconhece que prendeu quase 90 pessoas por terem participado numa
manifestação não autorizada.
Em vários vídeos publicados nas
redes sociais consegue perceber-se que os manifestantes exigiam a possibilidade
de voto e gritaram que a corrupção atingiu a polícia.
Os protestos concentraram-se nos
bairros de Kowloon e Mong Kok.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: Lusa
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