Lisboa,
16 out (Lusa) - Timor-Leste não está a conseguir abrandar a despesa pública com
o setor do petróleo, apesar de estar "ciente da insustentabilidade do
atual modelo", considerou hoje o Banco de Portugal, nos Cadernos da
Cooperação.
"Cientes
da insustentabilidade do atual modelo económico, baseado num crescente papel da
despesa pública, nomeadamente face à perspetiva de um célere esgotamento das
receitas do petróleo, as autoridades timorenses aprovaram recentemente um
cenário de médio prazo destinado a conter essa dependência e a estabilizar a
despesa pública em patamares mais sustentáveis", diz o Banco de Portugal
num conjunto de documentos divulgados hoje sobre o Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
No
entanto, acrescenta-se no capítulo dedicado a Timor-Leste, "o orçamento
para 2015 ainda mantém um valor de despesas elevado, superior ao do ano
anterior, o que se pode revelar inadequado, nomeadamente tendo em conta que o
nível de receitas do petróleo previstas para o presente muito dificilmente se
materializará".
A
situação apresenta-se mais negativa porque "as recentes preocupações com o
fim das receitas petrolíferas não foram suficientes para contrariar o
crescimento das despesas com pessoal, em bens e serviços e em transferências
correntes que se têm registado nos últimos anos", afirma o BdP.
Para
este ano, o PIB total deve evidenciar uma recessão de 12,3%, mas o PIB não
petrolífero deve acelerar ligeiramente de 6,6% em 2014 para 6,8% este ano.
MBA
// VM
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