sábado, 17 de outubro de 2015

Timor-Leste aumenta despesa do setor petrolífero mesmo com receitas no fim - Banco de Portugal


Lisboa, 16 out (Lusa) - Timor-Leste não está a conseguir abrandar a despesa pública com o setor do petróleo, apesar de estar "ciente da insustentabilidade do atual modelo", considerou hoje o Banco de Portugal, nos Cadernos da Cooperação.

"Cientes da insustentabilidade do atual modelo económico, baseado num crescente papel da despesa pública, nomeadamente face à perspetiva de um célere esgotamento das receitas do petróleo, as autoridades timorenses aprovaram recentemente um cenário de médio prazo destinado a conter essa dependência e a estabilizar a despesa pública em patamares mais sustentáveis", diz o Banco de Portugal num conjunto de documentos divulgados hoje sobre o Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.

No entanto, acrescenta-se no capítulo dedicado a Timor-Leste, "o orçamento para 2015 ainda mantém um valor de despesas elevado, superior ao do ano anterior, o que se pode revelar inadequado, nomeadamente tendo em conta que o nível de receitas do petróleo previstas para o presente muito dificilmente se materializará".

A situação apresenta-se mais negativa porque "as recentes preocupações com o fim das receitas petrolíferas não foram suficientes para contrariar o crescimento das despesas com pessoal, em bens e serviços e em transferências correntes que se têm registado nos últimos anos", afirma o BdP.

Para este ano, o PIB total deve evidenciar uma recessão de 12,3%, mas o PIB não petrolífero deve acelerar ligeiramente de 6,6% em 2014 para 6,8% este ano.

MBA // VM

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