domingo, 27 de dezembro de 2015

Exército da Birmânia pede à Tailândia para reavaliar sentença de morte de dois birmaneses


Rangum, 27 dez (Lusa) -- O chefe do exército da Birmânia pediu às autoridades tailandesas para reverem a condenação à morte de dois migrantes japoneses pelos homicídios de dois jovens britânicos em 2014, após um julgamento controverso.

O general Min Aung Hlaing Geral pediu às autoridades tailandesas para "reavaliarem" as acusações impostas a Zaw Zaw Win Tun Lin, os dois jovens trabalhadores birmaneses, informou hoje o jornal oficial em inglês Global New Light of Myanmar.

Zaw Lin e Win Zaw Tun foram declarados culpados, na quinta-feira, da morte de David Miller, de 24 anos, e da violação e morte de Hannah Witheridge, de 23 anos, cujos cadáveres foram encontrados numa praia na ilha tailandesa de Koh Tao, em setembro do ano passado.

Advogados e associações de defesa dos direitos humanos acusam a polícia de falhas na investigação e de terem usado os birmaneses como bodes expiatórios, acusações que as autoridades tailandesas negam.

Estas condenações semearam a cólera na Birmânia. Manifestações diárias contra o veredito têm sido registadas nos últimos dias junto à embaixada da Tailândia em Rangum, e nas fronteiras entre os dois países.

Segundo o Global New Light of Myanmar, o general Hlaing expressou as suas preocupações quanto ao veredito numa mensagem de Ano Novo dirigida aos chefes da junta tailandesa, incluindo o general Prawit Wongsuwan, vice-primeiro-ministro.

"O comandante-chefe expressa o seu respeito para com o processo judiciário tailandês, sublinhando a necessidade de evitar uma situação em que inocentes (...) são erradamente punidos", refere o jornal.

Após a leitura da sentença, as autoridades da Tailândia alertaram os seus cidadãos para terem cuidado na Birmânia.

Os procuradores da Tailândia e polícia insistem que as provas contra os dois birmaneses eram sólidas, incluindo o DNA encontrado no corpo da jovem.

Mas a defesa, que vai recorrer da sentença, questiona as provas, afirmando que foram recolhidas e processadas de forma incorreta.

Também acusa a polícia de torturar os dois condenados para confessarem os crimes.

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