Rangum,
25 dez (Lusa) -- Centenas de pessoas manifestaram-se hoje junto à embaixada da
Tailândia em Rangum, na Birmânia, depois de dois birmaneses terem sido
condenados à morte por um tribunal tailandês pelo homicídio de dois jovens
britânicos, em 2014.
Zaw
Lin e Win Zaw Tun, migrantes birmaneses na Tailândia, foram declarados
culpados, na quinta-feira, da morte de David Miller, de 24 anos, e da violação
e morte de Hannah Witheridge, de 23 anos, cujos cadáveres foram encontrados
numa praia na ilha tailandesa de Koh Tao, em setembro do ano passado.
Centenas
de pessoas, incluindo monges, concentraram-se em Rangum para protestar contra o
veredito.
"Isto
é discriminação contra nós", disse o manifestante Min Thein Khaing à AFP.
"Havia
poucas provas, nenhumas testemunhas e quase nenhumas provas de DNA, mas mesmo
assim eles foram condenados à morte. É injusto", afirmou.
As
autoridades tailandesas acusam com frequência imigrantes birmaneses e
cambojanos de cometerem crimes no país, onde constituem uma grande força laboral.
A
polícia insistiu, porém, que não iria procurar um 'bode expiatório', apesar de
ter estado sob forte pressão para apresentar resultados sobretudo depois de
críticas de que não terá sido diligente nas investigações iniciadas após a
descoberta dos corpos.
Após
a leitura da sentença, as autoridades da Tailândia alertaram os seus cidadãos
para terem cuidado na Birmânia.
Os
procuradores da Tailândia e polícia insistem que as provas contra os dois
birmaneses eram sólidas, incluindo o DNA encontrado no corpo da jovem.
Mas
a defesa, que vai recorrer da sentença, questiona as provas, afirmando que
foram recolhidas e processadas de forma incorreta.
Também
acusa a polícia de torturar os dois condenados para confessarem os crimes.
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