Díli,
10 mar (Lusa) - Uma carta com a intenção "firme e irretratável" do
Governo timorense comprar a participação da Oi na Timor Telecom deve ser
enviada para o Brasil na sexta-feira, disse hoje o responsável do consórcio que
representa a operadora à Lusa.
"Esperamos
enviar a carta para a PT Participações SGPS SA-Oi, via consórcio, o mais tardar
amanhã [sexta-feira] com a firme e irretratável intenção de compra do
Governo", disse Ivan Pereira de Araújo, responsável do Consórcio
VSLN/Thelson/Bona Fide, à Lusa.
Este
consórcio foi mandatado pela Oi para conduzir a "efetiva negociação e
venda das ações" que detém na Timor Telecom (TT).
Ivan
de Araújo explicou à Lusa ter sido informado da decisão de compra pelo ministro
das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Gastão de Sousa e pelo diretor
geral do mesmo Ministério Joanico Gonçalves.
"Fui
informado de que o Conselho de Ministros tinha aprovado ontem [quarta-feira] a
compra da participação. E hoje estivemos reunidos durante todo o dia para
adotar as providências cabíveis com a carta de intenção do Governo que será
remetida para a Oi via o consórcio", explicou.
O
comunicado de imprensa do Governo sobre a reunião de Conselho de Ministros de
quarta-feira, divulgado hoje não é tão claro sobre a decisão de compra,
avançada à Lusa na quarta-feira por uma fonte do executivo.
Explica
apenas que o Conselho de Ministros ouviu uma análise conjunta do Ministério das
Finanças e do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
"sobre a Timor Telecom, no âmbito do desenvolvimento do setor e da posição
da empresa na economia nacional".
"A
apresentação incluiu um estudo sobre a evolução da Timor Telecom e da sua
situação financeira, assim como uma análise dos custos e benefícios de um
eventual aumento da participação do Estado na empresa, tendo em conta a atual
situação do mercado das telecomunicações", refere o comunicado.
Em
causa está a maior fatia de capital da TT (54,01%), controlada pela sociedade
Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a Oi controla 76%
do capital, a que se soma uma participação direta da PT Participações SGPS de
3,05%.
Os
restantes acionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o
Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau), que controla 18%,
e a Fundação Oriente (6%).
Na
TT, o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%),
a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%) e o empresário
timorense Júlio Alfaro (4,49%).
ASP
// MSF
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