Díli,
10 mai (Lusa) - Mais de 68% da população timorense vive na pobreza, segundo uma
análise multidimensional que abrange aspetos como alimentação, condições de
vida ou acesso a saúde e educação, disse um especialista australiano.
Os
dados foram apresentados hoje pelo académico Brett Inder, do Centre for
Development Economics and Sustainability (CDES), Monash University, que faz
parte de uma equipa que nos últimos meses tem analisado vários aspetos da
sociedade e economia timorense.
Inder
referiu-se aos dados de pobreza durante um debate sobre o fortalecimento do
setor privado timorense no âmbito do Fórum de Desenvolvimento Nacional (FDN),
em Díli.
Promovido
pela Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL), pelo Institute of Business
(IOB), pela Universidade da Paz e pelo Policy Leaders Group (PLG), o encontro
pretende encontrar alternativas à dependência timorense do petróleo e gás
natural, promovendo uma economia que intensifique outros setores.
Na
sua intervenção destacou que Timor-Leste, apesar de algumas melhorias, continua
entre os países com maior fatia da sua população na pobreza: 68%, segundo o
índice multidimensional da pobreza.
Este
índice - idêntico ao modelo usado para o Índice de Desenvolvimento Humano do
PNUD (programa das Nações Unidas) - analisa a pobreza como "um falhanço de
capacidades", não apenas nas condições de vida básicas mas também no
acesso adequado a educação e saúde.
Para
determinar o índice analisa questões como mortalidade infantil, acesso a
eletricidade, água e saneamento, tipo de combustível usado para cozinhar e
participação escolar.
No
caso de Timor-Leste, e segundo o estudo do CDES, apesar das melhorias nos
últimos anos, 68% dos timorenses vivem em "pobreza multidimensional",
com 82% em pobreza ou em risco de pobreza, alguns dos piores indicadores do
planeta.
Os
dados reportam a indicadores de 2010, com regiões como Ermera, Viqueque e
Oecusse a registarem índices de pobreza de mais de 85%.
Ermera
é o município de Timor-Leste com o valor mais elevado (87%), apesar de ser esta
a região onde é produzido o único bem exportado do país, o café, o que para
Inder demonstra que um dos desafios mais prementes do país é aumentar a
produtividade, que fica bastante aquém das de outros países.
No
setor do café, por exemplo, a produção diária média em Timor-Leste é de quatro
quilos, ou 250 quilos por hectare, longe dos 20 quilos por dia ou 1.500 quilos
por hectare da Costa Rica, por exemplo.
"O
distrito mais pobre é Ermera, e este é o distrito de onde vem a maior parte do
café de Timor. Mais do que aumentar a produção o importante é aumentar a
produtividade", disse, sendo necessário promover mais informação entre
produtores, fortalecer os mercados do país e reforçar as capacidades dos
recursos humanos.
Inder
recordou que Timor-Leste, ainda uma "economia infantil" está a
movimentar-se para uma realidade pós petrolífera, tendo de diversificar a
economia.
É
"insustentável depender apenas do petróleo e gás como fonte de
receita", afirmou.
No
entanto, a transição é agravada pelas condições do país, com elevados níveis de
pobreza, "em que vive uma grande fatia da população", e carências
estruturais de outro tipo.
ASP
// MP
1 comentário:
ESTA POBREZA E RESULTADO DA 450 ANOS DE COLONIALISTA PORTUGUESA....DIMINUIO BASTATNTE DURANTE A OCUPACAO INNDONESIA...DEPOIS MELHOROU DURANTE A INDPENDENCIA......MAS TEMOS Q TRABALHAR.....TEMOS Q ACABAR COM OS CORUPTOS,,,
OS LADROES POLITICOS.....
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