Macau,
China, 09 mai (Lusa) - A associação pró-democracia Novo Macau anunciou hoje uma
manifestação para o próximo domingo para pedir a demissão do chefe do Governo
do território, a quem acusam de "fraca integridade e alegado envolvimento
em corrupção".
As
acusações, que o executivo já rejeitou, constam de uma petição colocada
'online' há dois dias e que, segundo disse à Lusa o presidente da Associação
Novo Macau, Scott Chiang, reuniu até agora cerca de 2.200 assinaturas.
Atendendo
a que a petição pode ser apenas assinada na Internet e foi colocada online há
dois dias, Scott Chiang considera que o número "é impressionante".
A
associação pondera recolher durante esta semana assinaturas na rua, em
iniciativas que servirão também para promover a manifestação marcada para
domingo, às 15:00, acrescentou.
Em
causa está a atribuição, através da Fundação Macau, de um apoio de 100 milhões
de yuan (13,5 milhões de euros) à Universidade de Jinan.
A
associação diz que a aprovação deste apoio foi feita sem conhecimento público e
sublinha que o chefe do Governo de Macau, Fernando Chui Sai On, preside ao
Conselho de Curadores da Fundação e é, em simultâneo, vice-presidente do
Conselho-Geral da Universidade de Jinan.
Para
a Associação Novo Macau, Chui Sai On está, "sem dúvida, envolvido num
conflito de interesses".
A
associação pede, no texto da petição, a demissão do chefe do executivo pela sua
"fraca integridade e alegado envolvimento em corrupção" e a devolução
a Macau do dinheiro atribuído à universidade chinesa.
A
Novo Macau havia apelado à assinatura da petição até hoje e anunciado que
partiria para outras ações se não houvesse uma resposta por parte do Governo do
território até esta segunda-feira.
O
Governo de Macau emitiu no fim de semana um comunicado em que explicou que
"o chefe do executivo foi convidado para desempenhar as funções de
vice-presidente do Conselho Geral da Universidade de Jinan, não recebendo
qualquer remuneração ou interesses, pelo que não existe tráfico de
influências".
Segundo
a mesma nota, o apoio atribuído à universidade é para construir um edifício
para o ensino na área da comunicação social no campus de Cantão e duas
residências para estudantes de Hong Kong e Macau no campus de Panyu.
"São
instalações que beneficiam os estudantes locais, por isso, o Governo de Macau
espera poder contribuir para o crescimento e o fortalecimento desses jovens,
que após conclusão dos cursos, regressam e participam no desenvolvimento da
Região Administrativa Especial de Macau", acrescenta.
O
Governo diz ainda que Macau "registou um desenvolvimento acelerado"
desde 1999, quando a administração do território passou de Portugal para a
China, e, "por isso, retribuir à pátria e contribuir para o
desenvolvimento e educação do país é de facto um dever de Macau".
O
executivo garante, por outro lado, que esta doação não afeta os apoios a
instituições do território.
MP
// ARA
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