Macau,
China. 31 mai (Lusa) -- O secretário para a Segurança de Macau disse hoje que
os polícias que falam português são "recursos preciosos" e
"insubstituíveis", depois de um deputado ter denunciado que o
trabalho destes profissionais não é reconhecido pelos seus superiores.
"Todos
os agentes, quer os de língua materna portuguesa quer os de língua chinesa, são
recursos preciosos da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]. Os
agentes referidos são insubstituíveis, são muito importantes para as forças de
segurança, damos muita importância ao pessoal de língua portuguesa", disse
Wong Sio Chak, durante uma sessão de interpelações dos deputados na Assembleia
Legislativa.
O
secretário respondeu desta forma ao deputado Leong Veng Chai, antigo
funcionário dos serviços prisionais, que indicou que "os agentes que têm
como língua materna o português sentem que os seus superiores hierárquicos não
reconhecem o seu trabalho", situação que afeta "a moral de alguns
deles".
Apesar
de o número de agentes de língua materna portuguesa ter vindo a diminuir desde
a transferência da administração de Macau para a China em 1999, Wong Sio Chak
assegura que as forças de segurança integram tanto agentes como pessoal
administrativo com esta competência linguística. "Há dirigentes, chefias,
pessoal técnico, etc. O trabalho é distribuído consoante as aptidões do
pessoal", afirmou.
"Quando
um agente sente que o seu trabalho não é reconhecido, deve-se a várias razões,
como por exemplo, as suas limitações, tensão nas relações, etc. Não podemos
dizer apenas que é devido ao facto de a língua materna ser o português.
Qualquer pessoa passa por um processo de aprendizagem e pode não se adaptar.
Isto não tem que ver com o domínio da língua portuguesa. Não se pode dizer que
há falta de reconhecimento, não posso concordar com isto", sublinhou.
Durante
o debate na Assembleia, o secretário voltou a assegurar que a quebra nas
receitas nos casinos -- sentida há quase dois anos e com forte impacto nas
contas públicas -- não está a ter efeitos na segurança pública, apesar de
aumentos no número de sequestros ligados ao jogo e casos de usura.
"Ate
à data, a polícia não recebeu informação de qualquer atividade anormal das
sociedades secretas devido ao ajustamento do jogo", nem verificou
"qualquer impacto na segurança pública", garantiu.
ISG
// JMR
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