Banguecoque,
01 jun (Lusa) -- A dirigente birmanesa e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi vai
presidir a um novo comité para promover a paz e o desenvolvimento no estado de
Rakhine, onde vive a perseguida minoria muçulmana rohingya, informou hoje a
imprensa local.
O
novo organismo, que inclui os restantes membros do governo, vai encarregar-se,
entre outros assuntos, de coordenar a ação das agências da Organização das Nações
Unidas e organizações não-governamentias internacionais na zona, segundo o
diário Global New Light of Myanmar.
Estas
organizações operam com restrições na zona para apoiar os rohingya, minoria que
vive na Birmânia há séculos, mas cujos membros não são reconhecidos como
cidadãos birmaneses, sendo consideradaos imigrantes bengalis. Cerca de 120 mil
deles vivem confinados em 67 campos desde um surto de violência em 2012 entre
esta minoria e a maioria budista da região, que causou pelo menos 160 mortos.
Em
março, dias antes de passar o poder, o anterior Governo levantou o estado de
emergência imposto desde 2012 em Rakhine, onde os rohingya têm limitada a
liberdade de movimentos e o acesso à educação, além de terem os seus bens
confiscados.
A
criação do comité foi anunciada uma semana depois de o secretário de Estado
norte-americano, John Kerry, ter instado Suu Kyi a promover os direitos
humanos, depois de uma reunião em que ambos abordaram a situação desta minoria.
O
partido de Aung San Suu Kyi, de 70 anos, conquistou a maioria no parlamento
brimanês em novembro do ano passado, naquelas que foram as primeiras eleições
livres em mais de 25 anos.
A
última junta militar cedeu em 2011 o poder a um Governo encabeçado pelo general
Thein Sein, que iniciou uma série de reformas políticas e económicas premiadas
com o levantamento de sanções por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.
FV
(DM) // MP
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