Zillah Branco*, opinião
Apesar
da história do subdesenvolvimento e da dependência econômica impostos pelo
sistema de dominação política, dos vícios da elite permissiva e inconsequente
que domina o Estado, da falta de ética ou de inteligência de uns quantos que,
com seus diplomas comprados, chegaram ao poder, Lula abriu um caminho para que
o povo pensante e trabalhador chegasse ao comando da Naçāo através da razão e
da cultura "pé-na-terra" que une a gente boa brasileira.
Não
ha "pokemons" que imbecilizem quem nasceu livre, com idéias claras,
com valor para trabalhar e sorrir, com força e entusiasmo para participar da
luta pela democracia, ao lado de irmãos que, pelas suas diferenças, representam
todo o planeta unificados pela integridade e a honra de patriotas verdadeiros. A
judoca Rafaela Silva conquistou o ouro nas Olimpíadas tornando-se um símbolo
dos brasileiros que carregam os problemas da pobreza, da vida em favelas, da
cor dos escravos, do gênero das mães humilhadas, e vencem!
Os
comunistas lutam em duas frentes simultaneamente: o combate ao golpe que
representa a falta de patriotismo, de honra, de decência, de dignidade, de
honestidade, de ética e a construção de uma semente para gerar as cidades
humanas onde o DNA golpista não terá espaço porque o poder será dos que cultivam
os princípios democráticos e o respeito pelos direitos humanos. O que se deseja
é que os recursos do país sejam aplicados a favor do desenvolvimento da
produção social e das melhores condições de vida dos brasileiros honrados e
patriotas - com transporte, cuidados de saúde, ensino com educação e
solidariedade, segurança pública e social, emprego e lazer livres da exploração
de classe e da alienação mental que condena à subordinação dos cidadãos a um
poder desumano e golpista.
"Amanhã
será outro dia", apesar do golpe que uniu oportunistas que pegaram carona
no processo democrático e falhados vendidos aos ambiciosos que espalham as
guerras e o terrorismo pelo mundo, o Brasil demonstrará que a sua cultura é
mais forte porque visa a humanização da sociedade com igualdade para os
trabalhadores e suas famílias e não a acumulação do capital para satisfazer uma
elite ambiciosa.
O
amanhã está ligado ao combate ao golpismo de hoje. São passos de um mesmo
processo que a história do Brasil registra através dos séculos. Antes surgiram
heróis que deram a vida ao seu povo como exemplos a serem seguidos em defesa da
liberdade, a igualdade e a fraternidade. Apesar do domínio capitalista que
retira o poder aos povos para centralizar nas instituições financeiras dirigidas
por uma elite corrupta e egoista, o povo brasileiro absorveu das conquistas
mundiais e do exemplo dos seus heróis a formação social humanista que se
desenvolveu como filosofia, ciência e arte que hoje se manifesta nas Frentes de
Luta que dominam as ruas das grandes cidades em todo o país.
Referimos
como exemplo a judoca Rafaela Silva que ao viver tantos sacrifícios pessoais -
vitima de privações de recursos, de preconceitos elitistas, de egoismos de quem
se julga superior, da ausência de justiça democrática na sociedade - descobriu
a sua força indomável na luta bem conduzida. Assim faz o povo brasileiro que
não permite a uma quadrilha de invasores a serviço de uma elite terrorista,
roube a sua Pátria amada construida ha meio milênio por trabalhadores de tantas
origens que não se vendem, a si e à sua cultura, à sua história, aos seus
valores éticos, ao seu exemplo humano, por dinheiro nenhum. Lutam e vencem!
Não
podemos continuar a perder tempo. Temos de nos preparar para a construção das
cidades humanizadas com debates sérios sobre como produzir sem o esbanjamento
da elite, sem a formação do mau carater de golpistas, sem a infiltração de
inimigos, sem os privilégios que impedem a justiça democrática, com o
desenvolvimento da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Contaremos com o
interesse e a solidariedade dos outros povos latinos-americanos e dos que, em
todo o planeta, lutam pela paz e a democracia.
FORA
GOLPISTAS ! VIVA A LUTA POPULAR NO BRASIL!
*Zillah
Branco - Cientista social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de
vida e trabalho no Brasil, Chile, Portugal e Cabo Verde.
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