Nusa
Dua, Indonésia, 10 ago (Lusa) - Fundos destinados a obras humanitárias são por
vezes desviados por "grupos terroristas" para cometer atentados,
indica um relatório hoje apresentado na Indonésia, numa reunião internacional
sobre luta contra o terrorismo.
O
documento, realizado por representantes das autoridades indonésias e
australianas, destaca o risco elevado com o qual são confrontadas as
organizações não-governamentais (ONG) e pede aos países do sudeste asiático uma
cooperação reforçada para travar os movimentos de fundos por militantes
extremistas, em particular do grupo Estado Islâmico (EI).
"São
frequentemente organizações muito legítimas que enviam dinheiro para zonas
problemáticas em todo o mundo para ajudar civis que sofrem", declarou Paul
Jevtovic, diretor da agência de informações financeiras australiana, durante a
reunião que decorre em Nusa Dua, na ilha de Bali.
"Infelizmente,
as informações indicam que alguns destes fundos não chegam ao destino
pretendido, mas são desviados por grupos terroristas e usados para propaganda
e/ou, na realidade, para cometer atos terroristas", sublinhou.
A
natureza "sem escrúpulos" destes grupos leva à interceção de fundos
destinados a pessoas necessitadas e hospitais, acrescentou, sem identificar
quaisquer movimentos.
Para
responder a estes problemas, as ONG têm um "papel crítico" a
desempenhar para ajudar os civis em zonas destruídas pela guerra, considerou
Jevtovic.
O
relatório sobre o financiamento do terrorismo no Sudeste Asiático e na
Austrália identifica dois casos na Austrália, em meados da década de 2000, nos
quais fundos humanitários foram desviados por grupos terroristas.
A
reunião sobre a luta contra o terrorismo, que termina na quinta-feira, é
co-organizada pela Indonésia e Austrália, com a participação de ministros de
mais de 20 países.
EJ
// JMR
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