Jacarta,
11 ago (Lusa) -- Um porta-voz da presidência indonésia disse hoje à AFP que
"não há lugar" para a comunidade gay no país depois de defensores dos
direitos humanos terem denunciado ataques homofóbicos sem precedentes.
A
comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT) refere que se verifica
uma "deterioração" dos direitos adquiridos na sequência de ataques
verbais de ministros e membros de organizações islâmicas influentes na
Indonésia, indica um relatório da Human Rights Watch.
Altos
funcionários e instituições indonésias foram alvo este ano de ataques
publicados de forma sistemática contra a comunidade gay, sublinha o mesmo
relatório que se refere aos apelos que pedem, nomeadamente, que os homossexuais
venham a ser impedidos de aceder às universidades.
Na
sequência dos recentes ataques homofóbicos, responsáveis do Estado indonésio
limitaram-se a afirmar que a proteção dos direitos da comunidade homossexual
não é uma prioridade.
"Os
direitos dos cidadãos em relação ao acesso ao ensino ou à obtenção de bilhete
de identidade estão protegidos, mas não há lugar na Indonésia para a
proliferação do movimento LGBT", disse à Agência France Presse o porta-voz
da presidência, Johan Budi.
Entretanto,
vários ministros têm lançado "ataques verbais" que visam a comunidade
homossexual, entre os quais o titular da pasta do Ensino Superior que defendeu
a aplicação da interdição a organizações LGBT aos recintos universitários.
O
ministro da Defesa descreveu a atitude dos grupos LGBT pela defesa de direitos
como uma "espécie de guerra moderna".
O
relatório da organização Human Rights Watch denuncia que a provocação contra os
grupos LGBT intensificou-se desde fevereiro tendo-se registado episódios de
violência contra as minorias sexuais na Indonésia.
"O
impacto da retórica anti-LGBT por parte dos representantes governamentais é
muito forte" disse uma defensora dos direitos das lésbicas referindo-se ao
relatório da Human Rights Watch acrescentando que na Indonésia se estão a
"dar passos a trás" no que diz respeito aos direitos fundamentais.
PSP
// SB
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