Díli,
06 dez (Lusa) - O primeiro-ministro timorense disse hoje que o principio da
presunção de inocência "deve prevalecer" e que algumas alegações
sobre irregularidades de alguns membros do seu executivo, noticiadas na
imprensa local, não chegam para os afastar do Governo.
"Parto
do princípio que a presunção inocência deve prevalecer. Enquanto não houver um
tribunal que tenha decidido sobre a culpa de alguém, enquanto cidadãos, eu,
como chefe de uma equipa, tenho de continuar a trabalhar na base da presunção
da inocência e da dinâmica de trabalho em grupo que temos vindo a desenvolver
nos últimos anos", disse Rui Maria de Araújo.
Rui
Maria de Araújo falava à Lusa à margem do debate na especialidade do Orçamento
Geral do Estado para 2017, e depois de nas últimas semanas a imprensa timorense
ter publicado notícias com alegações de corrupção, nepotismo e outras
irregularidades da parte de vários ministros, nenhum dos quais foi ainda
acusado perante a justiça timorense.
As
notícias surgem numa altura em que o debate político em Timor-Leste é já
dominado pelas eleições presidenciais e legislativas de 2017.
Admitindo
preocupação com as alegações, Rui Araújo reiterou que, "enquanto não
houver provas concludentes de que houve um crime, conforme é alegado, o
trabalho deve continuar" em todo o Governo.
"Não
podemos por as pessoas de lado só por causa das alegações. Não podemos
desconfiar das pessoas só porque há uma alegação. Se realmente existem provas,
existem pessoas que foram prejudicadas então que se apresente no tribunal, se
faça julgamento e se comprove que haja dolo ou culpa", disse.
Vários
ex-membros do Governo foram já julgados nos tribunais timorenses, a maioria por
crimes relacionados com corrupção e participação económica em negócio.
Questionado
sobre este assunto o ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da
Administração do Estado e da Justiça, Dionísio Babo admitiu que o ambiente
pré-eleitoral possa estar a fomentar as noticias.
"Mas
não acho que haja perseguição ao Governo. É sempre preocupante este tipo de
questões mas cada um responderá como considerar que o dever fazer", disse
Babo.
"O
sistema que temos montado no Governo em termos de execução e implementação dos
programas é bem escrutinado e supervisionado. Esperemos até ver se haverá
eventualmente algo processo legal ou não e as pessoas terão depois oportunidade
de responder", afirmou.
ASP
// JPS
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