Díli,
15 fev (Lusa) - Líderes timorenses defendem que o 1.º Fórum Económico da CPLP,
de 25 a 27 de fevereiro em Díli, é uma oportunidade sem precedentes para a
ponte entre empresários lusófonos e os seus congéneres da Ásia e do Pacífico.
O
primeiro-ministro Rui Maria de Araújo diz que Timor-Leste é a ponte entre a
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Ásia e o Pacífico e que
este fórum é uma oportunidade única para que os empresários participantes
estabeleçam contactos e ampliem os seus negócios.
"Pode
alargar ainda mais os horizontes dos membros da CPLP, estabelecendo os
contactos entre os vários países lusófonos e também aqui na região, e ao mesmo
tempo dinamizar ainda mais a presença dos países da CPLP no mundo, não apenas a
nível político e de língua, mas a nível de economia", disse o chefe do
Governo timorense, numa declaração à Lusa.
"Timor
está numa região dinâmica do mundo e todos os empresários da região são
convidados a participar no fórum para estabelecer contactos, alargarem o tecido
empresarial e dinamizar ainda mais a economia de cada país e a nível
regional", afirmou.
Centenas
de empresários de mais de 20 países estão inscritos para o encontro, que tem
como tema "CPLP e a Globalização" e pretende fortalecer os laços
entre empresas e empresários lusófonos e com a região da Ásia e Pacífico.
Para
Estanislau da Silva, ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos
do Governo timorense, o encontro permitirá também dar a conhecer as
oportunidades de investimento e de negócio em Timor-Leste, um "país novo,
com recursos, grandes vantagens comparativas, grandes oportunidades" e que
mantém excelentes relações com os países vizinhos.
"Timor
está a ser um país pioneiro nesta vontade de transformar a CPLP num fórum não
apenas de cooperação multilateral em questões políticas e outras, mas também um
fórum de cooperação na área comercial e de negócios. E aqui Timor-Leste pode
fazer a ponte entre a CPLP e os países da Ásia e do Pacífico", disse, numa
declaração à Lusa.
José
Ramos-Horta, ex-presidente da República de Timor-Leste, considera que o
encontro é "extremamente importante".
"Vivemos
numa economia global em que é importante estabelecer contactos. Os empresários
lusófonos podem estabelecer-se aqui e, aproveitando a posição geográfica de
Timor-Leste, estabelecer redes de contactos e investimento aqui na região.
Sobretudo tendo em vista a adesão de Timor-Leste à ASEAN" (Associação das
Nações do Sudeste Asiático), disse.
Constâncio
Pinto, ministro do Comércio, Indústria e Ambiente, recorda que o objetivo é
fortalecer o papel da CPLP no setor económico e de comércio, que a presidência
timorense definiu como uma prioridade.
"Timor-Leste
está numa região muito dinâmica e pode ser uma ponte de ligação para os países
de língua portuguesa com esta região. Espero que os outros membros da CPLP
aproveitem e utilizem Timor-Leste como ponte de ligação económica. Por isso
convido os empresários dos países da CPLP para participarem no Fórum de Díli
entre 25 e 27 de fevereiro. É uma oportunidade única de contactos com outros
empresários não apenas na CPLP, mas da ASEAN e do Pacífico", frisou.
Para
Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e atual responsável da Região Autónoma
Especial de Oecússi - uma das zonas com mais oportunidades de negócio e de
investimento em Timor-Leste - o encontro marca a vontade de globalizar a CPLP.
"O
que se pretende com o fórum é transformar Timor-Leste num espaço global de
negócios, intercontinentais e mesmo interculturais. Timor-Leste situa-se numa
região com uma dinâmica de desenvolvimento económico muito forte e poderá
perfeitamente ser a ponte de ligação em termos de negócios entre países da CPLP
com a ASEAN, com o Pacifico e com a Ásia no seu todo", disse.
"Por
isso é oportuno este fórum global económico que pode ser o ponto de partida
para os contactos entre empresários de vários continentes", acrescentou.
Do
setor privado, o empresário timorense Jorge Serrano, presidente de honra da
Confederação Empresarial da CPLP, considera que o fórum ajudará a promover
Timor-Leste, os seus empresários e as suas oportunidades, mas também a
"plantar a bandeira da CPLP nos outros países".
"Timor
é um país novo e pequeno mas com grandes oportunidades. E este fórum é uma
oportunidade para fazer parcerias. Por isso apelo à máxima participação de todos.
Nós criamos este espaço privilegiado onde esperamos que estejam os empresários
timorenses. Queremos ajudar a promover o setor privado nacional. Mas não apenas
neste mercado, mas também o acesso aos mercados vizinhos", disse.
Agricultura,
agro-indústria e agro-alimentação, construção civil e obras públicas, educação,
energia, indústria transformadora, saúde, tecnologias da informação,
telecomunicações, transportes e turismo são alguns dos setores que estarão em
Díli.
ASP
// MP
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