Díli,
17 mar (Lusa) - Um salão que relembra as negociações para o cessar-fogo entre a
resistência timorense e as tropas ocupantes indonésias, em 1983, acolhe hoje um
debate histórico entre os oito candidatos às eleições presidenciais timorenses
de segunda-feira.
Além
de marcar o final da campanha para as primeiras eleições organizadas
exclusivamente pelas autoridades timorenses (sem a assistência das Nações
Unidas) o debate é o primeiro transmitido em streaming, pela internet
(rttlep.tl/livetv), e em direto pela televisão nacional, a RTTL.
"Estamos
a transmitir diretamente para todo o mundo, num debate organizado pela Comissão
Nacional de Eleições (CNE), com o apoio da RTTL", disse Vergílio da Silva
Guterres, presidente do Conselho de Imprensa e um dos dois moderadores do
debate.
"O
objetivo é explorar as perspetivas dos candidatos para o futuro do Estado e do
povo de Timor-Leste", explicou a jornalista da RTTL, Paula Rodrigues, a
segudna moderadora.
Os
oito candidatos estão dispostos dos dois lados do palco, separados por um ecrã
gigante onde, no início do debate, se apresentaram curtos vídeos biográficos de
cada um dos candidatos.
Cada
candidato está sentado numa cadeira de pé, alta, por trás de um palanque, onde
está a preto sobre um fundo branco o número que cada candidato no boletim de
voto.
Responsáveis
das campanhas eleitorais dos candidatos, representantes da Presidência da
República e membros do Governo, diplomatas (incluindo o embaixador de Portugal
em Díli, Manuel Gonçalves de Jesus) e observadores europeus, incluindo as eurodeputadas
portuguesas Ana Gomes e Marisa Matias, acompanham o debate.
O
debate - que tem uma duração prevista de duas horas e meia - decorre no Salão
Lalini-Lariguto, no segundo andar do edifício da Comissão Nacional de Eleições
(CNE), em Díli.
As
zonas de Lalini-Lariguto, na região de Viqueque, na ponta leste de Timor-Leste
têm especial significado na história da resistência tendo sido ali que
decorreram as negociações entre a resistência, lideradas por Xanana Gusmão, e
os ocupantes indonésios, que levaram ao cessar-fogo de 1993.
Vergílio
Guterres explicou à Lusa que as perguntas para os candidatos foram preparadas
com contribuições da CNE, da Provedoria dos Direitos Humanos e da Comissão
Anticorrupção e que cada candidato terá dois minutos para responder a cada uma
delas.
ASP
// PJA
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