A
situação alimentar em Timor-Leste melhorou este ano relativamente a 2016, mas
continuam a existir bolsas de insuficiência alimentar, em parte porque o
aumento da produção de cereais mantém-se aquém da média, indicou hoje a ONU.
O
relatório, da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
notou um aumento na previsão de produção de cereais este ano em relação ao
valor muito reduzido de 2016, embora ainda se espere que "continue abaixo
da média".
Isto
terá um efeito imediato na redução de previsões de importações em 2017 e 2018,
mas não evita que a "insegurança alimentar grave persista em algumas
bolsas" do país, indicou.
Chuvas
mais regulares e mais bem distribuídas e melhores sistemas de irrigação
contribuíram para o aumento da produção este ano, especialmente no leste do
país.
Já
em outras zonas, como Aileu, Baucau, Covalima e no enclave de Oecusse, chuva
abaixo da média entre maio e junho afetou a quantidade de produção.
Chuvas
mais intensas do que o normal entre julho e setembro podem, por outro lado,
afetar a produção da segunda colheita.
A
produção global deste ano poderá chegar às 155 mil toneladas.
A
informação faz parte do Sistema de Alerta e Informação Global (GIEWS, sigla em
inglês) da FAO de agosto que analisa a situação alimentar em Timor-Leste, que
nos últimos anos tem vivido sob o efeito do fenómeno `El Niño`.
O
fenómeno `El Niño` traduz-se em alterações, de entre 12 e 18 meses, na
distribuição da temperatura da superfície da água do oceano Pacífico, com
efeito na meteorologia da região.
De
acordo com especialistas, os fenómenos de 2015 e 2016, entre os maiores
registados, afetaram significativamente os padrões da chuva em Timor-Leste,
condicionaram a produção agrícola e causaram carências alimentares adicionais
em várias zonas.
Nos
últimos anos, O Governo timorense tem realizado programas especiais de
assistência alimentar, com o apoio de instituições internacionais.
Segundo
equipas no terreno, as zonas de maior preocupação são os municípios de Baucau,
Bobonaro, Covalima, Lautem, Oecusse e a região costeira de Viqueque.
RTP
| Lusa
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