Funchal,
Madeira, 16 out (Lusa) - O antigo presidente de Timor Leste Xanana Gusmão disse
hoje, no Funchal, que recomendou ao governo do seu país para estudar uma forma
de voltar a ajudar Portugal face aos grandes incêndios.
"Foi
uma mágoa de todos. Só posso dizer que recomendei ao primeiro-ministro atual,
para vermos isto. Compreendem que às vezes o problema não é a quantidade de
dinheiro, mas o gesto de solidariedade", disse Xanana Gusmão, que se
encontra de visita à Região Autónoma da Madeira, na qualidade de presidente do
g7+, um grupo que representa 20 países com estados frágeis ou afetados por
conflitos e guerras internas.
Em
junho de 2017, o Governo de Timor Leste concedeu 1,3 milhões de euros para
ajuda humanitária às vítimas dos incêndios de Pedrogão Grande, e agora Xanana
Gusmão já interveio junto do primeiro-ministro do seu país no mesmo sentido.
"Eu
disse a ele: Não se esqueçam de uma forma de ajuda a Portugal", revelou,
explicando que, seja qual for o apoio, o mesmo só poderá acontecer depois de
aprovado o Programa do Governo, que começou a ser debatido esta semana.
"Só
peço a vossa compreensão, porque um governo novo tem de ter o programa
aprovado. E depois vai ao orçamento e aí eu acredito que o novo governo não
esquecerá [o apoio às vítimas dos incêndios]", afirmou.
As
centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano
segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos,
além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a
cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O
primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de
calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para
assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos
bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal
acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos
à utilização de meios aéreos.
Esta
é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de
Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que
provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
DYC
// MLS
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