Funchal,
Madeira, 16 out (Lusa) - O antigo presidente de Timor Leste e líder do CNRT,
partido que ficou em segundo lugar nas eleições de julho, disse hoje, no
Funchal, que pretende "ganhar experiência" como oposição,
escusando-se a revelar se apoia o programa de governo.
"Depois
do resultado das eleições, fizemos [o CNRT - Congresso Nacional da Reconstrução
Timorense] uma conferência nacional e decidimos sobre que ação iríamos tomar. E
decidimos que seríamos um partido da oposição para termos também tempo suficiente
para implementarmos um programa de formação de quadros do partido, para ter
preparação e ganhar experiência como oposição", afirmou Xanana Gusmão, em
visita à ilha da Madeira.
O
responsável vincou, por outro lado, que se encontra fora do país há dois meses,
ocupado com assuntos internacionais, nomeadamente relacionados com as
fronteiras marítimas de Timor Leste e com iniciativas do g7+, um grupo de 20
países com estados frágeis e conflitos internos, a que preside.
"Não
me situo para cima do governo atual. Eu não digo que represento o Estado. Só
tenho a agradecer a todos os partidos que continuaram a confiar em mim na
defesa dos interesses da nação. O [meu] partido está lá", disse Xanana
Gusmão, escusando-se a revelar qual será a posição do CNRT quanto ao programa
do executivo da FRETILIN.
"Aparecemos
em 2006, na crise, e fomos logo governo por dois períodos consecutivos. E
agora, como perdemos, dissemos assim: vamos pensar, vamos melhorar a capacidade
para vencer se continuarmos a participar neste jogo de democracia",
sublinhou.
As
três forças da oposição em Timor Leste - Congresso Nacional da Reconstrução
Timorense (CNRT), Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO) - controlam 35 deputados e uniram-se na semana
passada numa Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) que quer ser alternativa de
Governo se o programa do executivo, liderado pela FRETILIN com 23 deputados,
for chumbado e o Governo cair.
A
lei timorense prevê que o programa do Governo seja debatido ao longo de cinco
dias consecutivos e só seja votado caso o Governo apresente um voto de
confiança ou a oposição apresentar uma moção de rejeição.
De
referir que os programas dos últimos dois Governos não foram alvo de qualquer
votação, tendo sido debatidos mas não votados.
DYC
(ASP) // ANP
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