Díli,
05 nov (Lusa) -- O Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) vai
celebrar uma aliança de maioria parlamentar com outros dois partidos mais
pequenos, anunciou hoje aquela força, num momento em que o executivo atual viu
o seu programa de governo rejeitado.
Hoje,
em comunicado, a Conferência Nacional do CNRT autorizou a Comissão Política
Nacional, liderada por Xanana Gusmão, a "negociar, celebrar e assinar um
acordo político para a formação de uma aliança de maioria parlamentar que
respeite os princípios políticos que constam da plataforma política" já
celebrada com o Partido de Libertação Popular (PLP, terceira força mais votada,
com oito deputados eleitos) e o partido Kmanek Haburas Unidade Nasional Timor
Oan (KHUNTO, quinto mais votado com cinco eleitos).
Este
acordo garante uma maioria absoluta de 36 deputados no parlamento nacional e
deverá permitir a viabilização de um novo governo, que sucede ao executivo
minoritário liderado por Mari Alkatirir, da Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin), partido de que faz parte o Presidente da República,
Francisco Lu-Olo.
No
comunicado hoje do CNRT, a Conferência Nacional decidiu restituir a Xanana
Gusmão "a plenitude dos seus poderes políticos e estatutários para que
continue a liderar o partido", revogando uma decisão de afastamento de 07
de agosto, dias depois das eleições legislativas de 22 de julho que deram a
vitória à Fretilin.
Segundo
o CNRT, o partido pretendeu em agosto "assumir a responsabilidade de
liderar uma oposição construtiva" e, por isso, "declinou todos os
convites que lhe foram dirigidos no sentido de aceitar integrar o VII governo
constitucional".
No
entanto, como a Fretilin "não logrou assegurar a formação de um executivo
forte, capaz de contar com o apoio da maioria dos deputados do parlamento
nacional", o CNRT diz-se preparado para o governo.
A
estabilidade no país só poderá ser alcançada através da "formação de uma
plataforma política forte, que agregue e mobilize as forças políticas que
compreendem a maioria dos mandatos ao Parlamento Nacional", defende a
direção do partido, dando o exemplo do "acordo celebrado pelas bancadas
parlamentares do CNRT, do PLP e do KHUNTO para o estabelecimento de uma
plataforma política comum, capaz de assegurar uma linha de orientação política
responsável e construtiva para a defesa do interesse nacional".
Esta
decisão deverá implicar a queda do governo de Mari Alkatiri e será a segunda
vez que a Fretilin não consegue condições de governo no país depois de ter
vencido eleições legislativas.
PJA
(ASP) // JPS
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