A campanha eleitoral para as
eleições legislativas antecipadas em Timor-Leste decorre entre 10 de Abril e 10
de Maio de 2018, com a participação de quatro coligações partidárias e quatro
partidos políticos.
As coligações partidárias são a
AMP – Aliança para a Mudança e o Progresso, o MSD – Movimento Social Democrata,
a FDD – Frente de Desenvolvimento Democrático e o MDN – Movimento de
Desenvolvimento Nacional. Os partidos políticos concorrentes são a FRETILIN –
Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente, o PD – Partido Democrático,
o PEP – Partido Esperança da Pátria e o PR – Partido Republicano.
A disputa pela vitória, ao que
tudo indica, irá envolver a coligação da AMP, constituída pelos três partidos
políticos que formaram a oposição parlamentar no VII Governo Constitucional
(CNRT, PLP e KHUNTO) e a FRETILIN, primeiro partido mais votado nas eleições de
2017.
Apesar de se prever uma disputa
eleitoral muito renhida entre a AMP e a FRETILIN, a coligação AMP parte com
acentuada vantagem. Nas eleições de 2017, os partidos que a compõem totalizaram
35 assentos parlamentares de um total de 65 assentos, contra os 23 da FRETILIN
(o CNRT teve 22 assentos), contudo, a AMP poderá ter algumas dificuldades que
decorrem do facto da FRETILIN controlar toda a máquina administrativa do Estado
e os órgãos de comunicação social públicos. Um outro eventual obstáculo para a
grande coligação poderá derivar do facto da FRETILIN poder vir a repetir a
aliança com o PD (teve 7 assentos parlamentares nas eleições de 2017).
As novidades destas eleições
legislativas
Nas eleições legislativas
antecipadas agendadas para 12 de Maio de 2018, a FDD – Frente de
Desenvolvimento Democrático, constituída pelo PUDD – Partido de Unidade e Desenvolvimento
Democrático, a UDT – União Democrática Timorense, a FM – Frente Mudança e o PDN
– Partido Desenvolvimento Nacional, bem como, o MSD – Movimento Social
Democrata, formado pelo PST – Partido Socialista de Timor, CASDT – Centro Acção
Social Democrata, PSD – Partido Social Democrata e PDC – Partido Democrata
Cristão, afirmam muitos analistas políticos, poderão ser a grande novidade
destas eleições, indo buscar alguns bons milhares de votos aos eleitores
indecisos, portanto, alterando os cenários mais previsíveis.
Outra novidade destas eleições é
a utilização na campanha eleitoral do prestígio de personalidades políticas e
históricas para “convencer” os eleitores e ajudar a passar a mensagem inerente
aos programas e ideais defendidos por cada força política.
AMP
No caso da AMP – Aliança para a
Mudança e o Progresso, as figuras dos comandantes guerrilheiros Xanana Gusmão e
Taur Matan Ruak são mencionadas em praticamente todos os discursos.
FRETILIN
A FRETILIN, para além da presença
de Mari Alkatiri, José Ramos-Horta e Abílio Araújo, entre outros, utiliza como
bandeira política outros seus fundadores, os chamados históricos da FRETILIN,
cujas fotografias estão estampadas nos painéis que têm apresentado durante algumas
jornadas de consolidação e nas redes sociais.
PD
O PD – Partido Democrático tem
como principal patrono o seu antigo presidente, Fernando Lasama, já falecido, e
que foi considerado um dos grandes líderes da frente clandestina, a par de
Avelino Coelho, actual presidente do Partido Socialista de Timor.
MSD
O MSD – Movimento Social
Democrata, cujo Secretário-Geral e porta-voz é Avelino Coelho, optou por
destacar na passagem da sua mensagem programática os vultos de duas grandes
personalidades políticas já falecidas, Mário Carrascalão e Francisco Xavier do
Amaral. Carrascalão, antigo governador de Timor-Leste e ex-presidente do PSD,
por ter tido um papel de bastante relevo na aproximação com a Resistência
Armada, onde se destaca o seu histórico encontro com o falecido comandante
guerrilheiro Nino Konis Santana, e Xavier do Amaral, por ter sido o primeiro
fundador da República Democrática de Timor-Leste (RDTL).
J.T. Matebian, em
Timor-Leste | Jornal Tornado
Sem comentários:
Enviar um comentário