Portugal empatou com o Irão no
Rússia 2018. Podia ter perdido. Pouco faltou. Começou bem mas, como de costume,
acabou mal. A seleção portuguesa levou a “vaca lusa” para a Rússia, como o fez
no Europeu2016. Resultados pobres mas que renderam ser campeã europeia. Se a
“vaca lusa” continuar a sobreviver até poderá vir a ser campeã do mundo.
Depois de uma primeira parte
sublime contra uma equipa extremamente digna, o Irão, a seleção de Portugal
voltou para a segunda parte do pleito para jogar cerca de 20 minutos com o
futebol que dominava. A partir daí começou a andar aos papeis. No relvado vimos
um grupo de baratas tontas a reagir com a tática do salve-se quem puder contra
as ofensivas insistentes da seleção iraniana. O costume e apanágio desta
seleção lusa ronaldodependente. Quando Ronaldo atina, dá show de bola e marca,
os nove que correm que nem desalmados no campo ficam moralizados e vão buscar
energias e saber que faz deles uma seleção ganhadora, se Ronaldo não está nos
seus dias e falha (falhou um penalti e outros lances), os outros nove passam de
ícones valiosos a lama. É a ronaldodependência - que nem devia existir em
jogadores tão qualificados quanto aqueles.
Mesmo assim Portugal passou e vai
defrontar nos oitavos-de-final o Uruguai daqui por dias. Espera-se que
conservem ao menos a “vaca lusa” se não conseguirem jogar o futebol que sabem
mas que a ronaldodependência não permite. Ou então que Ronaldo entre em campo
muito inspirado e assim se mantenha durante os 90 minutos, para arrastar os
outros nove no caminho, porque Patrício é ele mesmo, bom a guardar as redes.
Difícil, porque a seleção do Uruguai tem muita gana e qualidade. (MM - PG)
Mão de Cédric 'apagou' a magia do
Harry Potter
Portugal esteve em vantagem com
um golaço de Quaresma, mas um penálti cometido pelo lateral do Southampton
permitiu ao Irão empatar a um golo. Equipa das quinas passa em segundo e
defronta o Uruguai nos oitavos.
Portugal garantiu esta
segunda-feira a passagem aos oitavos-de-final do Mundial, ao empatar a um golo
com o Irão, num jogo marcado por um grande golo de Ricardo Quaresma e uma
grande penalidade desperdiçada por Cristiano Ronaldo, que na altura poderia ter
dado o 2-0 à equipa das quinas. Em mais uma partida de sofrimento, os campeões
da Europa chegaram a ser líderes do grupo B, mas o empate da Espanha e o golo
consentido já nos descontos atirou a equipa lusa para o segundo lugar e
consequente duelo com o Uruguai na próxima fase.
Fernando Santos apostou num onze
com três alterações em relação à partida com Marrocos, com Adrien, Quaresma e
André Silva nos lugares de Moutinho, Bernardo e Gonçalo Guedes, e a verdade é
que viria a ganhar a aposta. Os campeões da Europa entraram pressionantes e no
primeiro quarto de hora encostaram o Irão às cordas, criando duas boas
situações de golo. Primeiro, pelo suspeito do costume, Cristiano Ronaldo, logo
aos 3' minutos, e depois por João Mário, aos 9'.
Os 78% de posse de bola da equipa
das quinas nos primeiros 10' minutos demonstravam o tremendo domínio luso, mas
a partir dos 20' minutos a chama desvaneceu-se a formação de Carlos Queiroz
equilibrou os pratos da balança. Sempre com maior agressividade nos duelos
individuais, os iranianos começaram a subir no terreno, a ganhar a maioria das
segundas bolas e a chegar-se à baliza portuguesa.
Pouco depois da meia hora, Rui
Patrício foi chamado a intervir. Após um livre estudado, o guarda-redes
recentemente oficializado nos ingleses do Wolverhampton teve de responder a um
cabeceamento perigoso de Ezatolahi. Já quando todos esperavam pelo apito para o
intervalo, o Arena Mordovia, em Saransk, assistiu a um daqueles números de
magia do Harry Potter. Titular pela primeira vez neste Mundial, Ricardo
Quaresma sacou um verdadeiro 'coelho' da cartola e fez explodir de alegria o
povo português. Numa jogada elaborada com outra das surpresas do onze, Adrien
Silva, o Mustang recebeu a bola do médio do Leicester, fletiu da direita para o
meio e disparou uma das famosas trivelas que já se tornaram imagem de marca. Um
verdadeiro hino ao futebol, que colocou assim Portugal em vantagem, numa altura
em que já se previa uma segunda parte de sofrimento.
No segundo tempo Portugal voltou
a entrar melhor e beneficiou de uma oportunidade soberana para dilatar a
vantagem e ganhar maior conforto na partida. Aos 50' minutos, Cristiano Ronaldo
caiu na grande área, ficou a pedir grande penalidade e o árbitro, depois de ter
mandado seguir, decidiu parar o jogo, foi rever o lance ao ecrã do VAR e acabou
por apontar para a marca de castigo máximo. Contudo, ao contrário do que é
hábito, o capitão não conseguiu carregar o país e permitiu a defesa a
Beiranvand, tornando-se no primeiro jogador português a falhar uma grande penalidade
numa fase final de um Campeonato do Mundo.
A partir daqui o Irão ganhou
confiança e chegou mesmo a assustar, aos 72', num remate forte de Ghoddos que
rasou o poste direito da baliza de Rui Patrício. Um presságio para o que viria
mesmo a acontecer, já que em cima dos 90' o árbitro decidiu parar de novo o
encontro para rever um lance de Cédric dentro da área lusa e acabou por apontar
para a marca dos 11 metros, de onde Ansarifard não tremeu e fez o empate.
Um balde de água fria para
Portugal, que poderia mesmo vir a tornar-se gelada no minuto seguinte, altura
em que Tameri atirou à malha lateral quando tinha tudo para fazer o segundo do
Irão. Com este empate, Portugal garante o apuramento, mas chega aos
oitavos-de-final no segundo lugar do grupo B, o que significa que irá defrontar
o Uruguai, líder do grupo A, no próximo sábado, em Moscovo, às 19h00.
Fábio Aguiar | Notícias ao Minuto
| Foto Reuters
Publicado em Página Global
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