Durante uma semana a serra de
Monchique foi consumida pelas chamas. Um incêndio dantesco, com várias frentes,
consumiu fauna e flora numa vasta área do terreno. Algumas casas também foram
pasto das chamas inclementes. Mais de mil operacionais combaterem o incêndio,
apoiados por centenas de viaturas e apoio aéreo.
Ontem, sexta-feira, já em fase de
extinção e rescaldo, o primeiro-ministro António Costa visitou a região
salientando que houve uma grande vitória neste incêndio: não ocorreram vítimas
mortais. Foi verdade. Registaram-se alguns feridos, na maioria bombeiros, e com
gravidade somente uma senhora que estava acamada com 75 anos de idade. Encontra-se
num hospital de Lisboa a merecer os cuidados indispensáveis.
Por esta hora o retorno às
origens dos milhares de operacionais está a ocorrer. Gradualmente estão a
abandonar o que já chamam de “Inferno de Monchique”. Isso mesmo é o que informa
a Proteção Civil, assim como todas as informações consideradas úteis sobre o
que aconteceu e neste momento está a acontecer relativamente ao incêndio na
serra algarvia e arredores de Monchique. Transcrevemos o lavrado em Notícias ao
Minuto. (TA)
"Vai começar a haver uma
retração de forças no terreno muito gradual"
A porta-voz da Proteção Civil
realçou que a maioria das pessoas está a regressar às suas casas. A causa do
incêndio não está apurada e será alvo de uma investigação.
Com o incêndio na serra de
Monchique dominado, as palavras de Patrícia Gaspar, a comandante
operacional adjunta da Proteção Civil, no briefing desta
sexta-feira foram de maior tranquilidade. Sem alterações no número de feridos -
mantêm-se os 42, um dos quais grave -, Patrícia Gaspar adiantou que o número de
operacionais naquele local vai sofrer uma diminuição.
"É natural que comece a
haver uma retração das forças no terreno, mas de forma muito ligeira e muito
gradual. A situação aqui está operacionalmente mais tranquila", destacou.
A responsável da
Proteção Civil salientou ainda que a "grande maioria das pessoas
está a regressar às suas casas"e que apenas três pessoas ainda não
regressaram, algo que poderá acontecer ainda hoje.
Patrícia Gaspar falou também
sobre a revolta de algumas pessoas que não gostaram de serem forçadas a
abandonar as suas casas. "É natural que, para cada caso em concreto, as
pessoas se sintam tristes, zangadas e até revoltadas. Aquilo que temos
frisado é que a GNR teve um papel importantíssimo para retirar as pessoas e
salvaguardar vidas".
Sobre a causa do incêndio, a
comandante da ANPC avançou que será alvo de uma investigação.
"A causa do incêndio não
está ainda apurada. Isso cabe às autoridades competentes, designadamente a
Polícia Judiciária e a GNR, que são quem faz a investigação das causas do
incêndio. Relativamente ao comportamento do incêndio, ele será seguramente
estudado pela comunidade científica como costuma suceder quando há casos mais
excecionais. Mas para isto contribuiu a orografia do terreno, as condições
meteorológicas que se faziam sentir e as próprias correntes que são geradas
pelo incêndio e que potenciam o próprio incêndio. Foi um conjunto de vários
fatores que fez com que este incêndio assumisse as proporções que assumiu,
sendo que houve alturas em que não foi possível combatê-lo",
explicou.
O fogo em Monchique era o único
que preocupava bastante as autoridades. Nesta altura o panorama no país é
tranquilo.
Fábio Nunes | Notícias ao Minuto
| Foto: Reuters
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