Díli, 21 abr 2019 (Lusa) -- Dois
turistas portugueses que estão de visita, com os filhos, ao Sri Lanka, vão
tentar chegar ao aeroporto horas antes do voo, tentando evitar o recolher
obrigatório no país, que começa às 18:00 locais, disse uma filha à Lusa.
Ana Inácio explicou à Lusa que os
pais, que tinham previsto sair do país às 24:00 locais, vão para o aeroporto
"várias horas antes", para poder evitar o recolher obrigatório
decretado na sequência dos ataques que hoje provocaram, pelo menos, 187 mortos,
entre os quais um português.
"Só têm voo à meia-noite de
hoje, mas vão ver se conseguem partir para lá já e não ficarem em terra. O nosso hotel em
Negombo informou-nos que o recolher obrigatório é a partir das 18:00 e até as
seis da manhã de amanhã [segunda-feira] e ninguém está autorizado a circular no
Sri Lanka", disse a filha do casal que está a terminar um curto período de
férias no país.
"Isto é desolador",
contou a portuguesa que está com a família num hotel a cerca de um quilometro a
norte da igreja de São Sebastião, em Negombo, uma das igrejas onde ocorreu uma
explosão.
Pelo menos 187 pessoas morreram,
entre as quais nove estrangeiras, sendo uma delas portuguesa, e mais de 469
ficaram feridas depois de registadas oito explosões em quatro hotéis, um complexo
residencial e três igrejas no Sri Lanka.
A capital, Colombo, foi alvo de,
pelo menos, quatro explosões, em três hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras
igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e
onde há uma forte presença católica, e outra ao leste do país.
As explosões ocorreram
"quase em simultâneo", pelas 08:45 (03:15 em Portugal), de acordo com
fontes policiais citadas por agências internacionais. Os atentados não foram
ainda reivindicados.
"Estamos sem acesso a Facebook,
Messenger e WhatsApp. Houve várias explosões hoje em vários locais",
contou Ana Inácio.
"As lojas em Colombo e
restaurantes também tiveram instruções para fechar para evitar gente a passear
na rua, e os turistas foram também aconselhados a regressar aos seus
hotéis", disse.
A família almoçou hoje num
restaurante católico "e os donos estavam inconformados".
"Uma das
filhas, professora, começou a chorar à nossa frente e o
pai, penso que era o pai, disse que foi tão difícil alcançarem a paz
há 10 anos depois de tanta violência", contou.
ASP // JLG
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