Díli, 17 set 2020 (Lusa) -- Cinco coordenadores portugueses destacados num projeto educativo luso-timorense chegaram a Díli na quarta-feira, estando atualmente em quarentena, e dez outros professores devem viajar para Timor-Leste no domingo, disse à Lusa o ministro da tutela.
"Os cinco coordenadores chegaram na quarta-feira e estão a cumprir agora a quarentena", disse Armindo Maia em declarações à Lusa, referindo-se aos docentes destacados nos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE).
Em abril, devido à situação da pandemia da covid-19, um grupo de 88 dos 138 docentes destacados no projeto, optou por partir para Lisboa, num voo de repatriamento, ficando os restantes, entre os quais parte dos coordenadores de escola.
As restrições em viagens e às entradas em Timor-Leste, que está sem voos comerciais desde essa altura, impediram os docentes de regressar.
Cerca de metade dos 88 deveriam voltar a Timor-Leste num voo operado no domingo pela euro-atlântico, mas atrasos no voo e dificuldades em cumprir o calendário de pagamento das viagens, levou Armindo Maia a tomar a decisão de que não viajassem para Díli.
"Tomámos a decisão de apenas viajarem os cinco coordenadores", referiu.
"Porém, houve 10 docentes que decidiram custear eles próprios a viagem e que, por isso vão regressar a Timor-Leste agora no voo de domingo", frisou.
Desenvolvido em conjunto pelos Ministérios da Educação de Portugal e de Timor-Leste, que partilham as despesas, o projeto dos CAFE centra-se na requalificação do ensino timorense em língua portuguesa, em escolas públicas em todos os municípios e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).
Armindo Maia disse ter já dado autorização aos docentes para que embarquem, tendo contactado o Ministério da Saúde para garantir que ficam instalados nos locais de quarentena organizados pelas autoridades timorenses.
O voo de domingo, esperado em Díli na segunda-feira, terá a bordo dezenas de estudantes e outros cidadãos timorenses e dezenas de portugueses, entre eles professores da Escola Portuguesa de Díli.
A bordo do voo, que vai pernoitar em Díli antes de regressar a Lisboa, estão já confirmados 138 passageiros, entre os quais professores da Escola Portuguesa de Díli e outros cidadãos portugueses.
O voo 'charter', uma operação complexa que envolve as autoridades dos dois países, estava inicialmente previsto para sair de Lisboa a 06 de setembro, tendo sido adiado várias vezes.
Entre os passageiros contam-se estudantes e professores timorenses que viajaram do Brasil, de Cuba, de Israel e do Reino Unido, com escala em Lisboa.
No voo de domingo vão viajar cerca de 50 docentes e acompanhantes da Escola Portuguesa de Díli (EPD), onde arrancou hoje o ano letivo com os alunos do pré-escolar, com os restantes níveis a começar na próxima semana.
Com medidas de segurança sanitária reforçada, incluindo o uso obrigatório de máscara, a EPD vai usar as primeiras semanas para consolidação do trabalho educativo, antes do regresso do total de professores, assim que completarem a quarentena.
A ligação Lisboa--Dili, no domingo, vai realizar-se num avião Boeing B767 da euroAtlantic, de 246 lugares, com escala técnica no Dubai.
O voo Dili-Lisboa está programado para 22 de Setembro, via Dubai e Singapura, estando já vendidos 46 lugares.
Para poderem viajar nos dois sentidos, os passageiros têm de apresentar testes negativos à covid-19 e, no caso de Timor-Leste, têm que cumprir uma quarentena de 14 dias e obter um novo teste negativo à doença, antes de poderem sair.
Timor-Leste tem atualmente um caso ativo da covid-19, com 26 doentes recuperados e está no quinto período do estado de emergência, que termina no início de outubro.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 936.095 mortos e mais de 29,6 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
ASP // PJA
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