O coordenador científico-pedagógico do projeto FOCO (Formar, Orientar, Certificar e Otimizar), implementado pelo instituto Camões em parceria com a Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL), afirmou que há "inúmeros pedidos" de pessoas para "frequentar cursos de língua portuguesa".
"Qualquer timorense quer aprender português. As visitas ao centro de língua, ao novo centro de língua portuguesa que nós temos, agora são frequentíssimas, e não só por essa via, à Embaixada de Portugal, à reitoria, chegam todos os dias todas as semanas, inúmeros pedidos para frequentar cursos de língua portuguesa, para saber falar português", disse à Lusa Paulo Faria.
O projeto FOCO, que funciona no Centro de Língua Portuguesa da UNTL, teve início em 2019 e termina no final deste ano e tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em Timor-Leste e da proficiência da língua portuguesa.
Segundo Paulo Faria, na UNTL o reitor, os vice-reitores e decanos todos frequentam cursos de língua portuguesa, incluindo funcionários e estudantes.
"É uma busca continuada e incessante", salientou o coordenador científico pedagógico, explicando que no ano passado formaram cerca de 700 pessoas, mas com mais recursos humanos poderiam ter alcançado entre 1.000 e 2.000 pessoas.
O primeiro grande objetivo do FOCO é a "formação de professores de língua portuguesa", ou seja, o projeto recebe professores timorenses licenciados, que com o apoio de professores internacionais otimizam as suas "competências linguísticas".
"Isso faz-se de variadíssimas formas, através de tutorias, através de programas de mestrado. Só para dar um exemplo, no ano passado, o ano de 2023, conseguimos que três dos 13 professores nacionais timorenses que constituem o projeto FOCO terminassem as suas dissertações de mestrado", afirmou Paulo Faria.
O FOCO, atualmente, já tem mais professores de língua portuguesa timorenses do que portugueses, o que Paulo Faria considerou como o "grande legado que pode deixar" um projeto daquela natureza, que é a formação.
Outro grande legado do programa é a certificação do Centro de Língua Portuguesa da UNTL, que deverá começar a certificar cursos de português em 2025, o que atualmente só acontece em Portugal e no Brasil.
"Qualquer cidadão timorense que queira ver reconhecidas as suas capacidades no âmbito de proficiência linguística em língua portuguesa de forma oficial, poderá fazê-lo em princípio no próximo ano, 2025", disse o vice-coordenador do FOCO.
Além da atuação na UNTL, o FOCO também formou em língua portuguesa funcionários de várias instituições do Estado timorense.
Em declarações à Lusa, o coordenador-geral do projeto e vice-reitor da Universidade Nacional de Timor-Leste, Samuel Freitas, disse que o programa tem de continuar porque ainda falta concluir o "C" de FOCO, certificar, e cumprir com o último "O", otimizar.
Notícias ao Minuto | Lusa
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