sábado, 2 de maio de 2015

Pelo menos dois jornalistas de Hong Kong impedidos de entrar em Macau


Macau, China, 01 mai (Lusa) - Pelo menos dois fotojornalistas de Hong Kong foram impedidos de entrar em Macau na quinta-feira, tendo a polícia justificado que a decisão não esteve relacionada com a profissão.

De acordo com o diário da antiga colónia britânica Apple Daily, dois dos seus fotojornalistas foram impedidos de entrar em Macau na véspera do Dia do Trabalhador, para o qual estavam agendadas 13 manifestações.

Questionada pela agência Lusa, a Polícia de Segurança Pública confirmou que "mais de duas pessoas" vindas de Hong Kong foram impedidas de atravessar a fronteira por se ter verificado que "não tinham condições de entrada", tendo, por isso, regressado a Hong Kong.

"A PSP é o departamento responsável pelos assuntos de migração e tem o dever de recusar turistas que não têm condições de entrada, de acordo as com as leis da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau], com o fim de manter a segurança e estabilidade", afirmou.

A PSP assegurou, no entanto, que esta decisão "não tem qualquer relação com a profissão das pessoas recusadas".

O impedimento de entrada em Macau acontece com alguma regularidade, ao abrigo da lei de segurança interna, habitualmente em dias próximos de datas comemorativas ou de visitas de alto nível. No entanto, as forças de segurança apenas justificam a sua decisão alegando que as pessoas em causa iam participar em atividades que colocam em risco a segurança pública, não sendo apresentados motivos concretos.

Em janeiro, a deputada e presidente do Partido Democrático de Hong Kong, Emily Lau, foi impedida de passar a fronteira para Macau, depois de, em 2012, o conselheiro de bairro Francis Yam, do mesmo partido, ter passado por experiência semelhante.

A 19 de dezembro do ano passado - véspera da comemoração dos 15 anos da transferência de Macau para a China - quatro jornalistas do Apple Daily e 14 ativistas tiveram entrada recusada no território.

Em 2012 foi a vez de um fotógrafo do diário de Hong Kong South China Morning Post, que não pode entrar em Macau, onde vinha cobrir as manifestações do 1.º de Maio - aquela foi a terceira vez que viu impedida a sua entrada na cidade.

ISG // ZO

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