Macau,
China, 22 jun (Lusa) -- A Coligação Anti-Violência Doméstica de Macau
manifestou-se hoje preocupada com a agressão contra idosos, dizendo que muitos
casos não são denunciados, após um vídeo, em que se vê uma filha bater na mãe,
ter alertado as autoridades.
Para
Cecilia Ho, que lidera a coligação, o mais importante é perceber os motivos por
detrás destas agressões: "Não há serviços de apoio suficientes para os cuidadores
como esta filha, que está sob uma grande pressão. Na maioria dos casos, são as
mulheres que arcam com estas situações".
Por
outro lado, a ativista salientou que "a maioria dos casos não são
reportados, são agressões escondidas", já que os cuidadores "não sabem
como pedir ajuda" e a comunidade em geral desconhece que estas agressões
são crime público e podem ser reportadas à polícia.
No
domingo, um vídeo publicado no Facebook mostrava uma mulher de meia-idade a
gritar e bater na mãe idosa, que estava numa cadeira de rodas.
Alertada
pelo vídeo, que rapidamente se tornou viral em Macau, a PSP conseguiu
identificar a mulher e contactá-la, avisando, ao mesmo tempo, o Instituto de
Ação Social (IAS).
Hoje,
em conferência de imprensa, o IAS explicou que a idosa -- cuja idade não foi
especificada -- foi, esta manhã, admitida num lar, que será pago pela entidade
pública.
O
IAS explicou ainda que a agressora tem também a seu cargo o pai doente e um
irmão com deficiência mental, tendo sido obrigada a deixar o emprego para
cuidar deles, considerando, assim, que a mulher estava "sob imensa pressão
psicológica para apoiar a família" e que foi "por isso que maltratou
a mãe", segundo Au Chi Keung, chefe do Departamento de Família e
Comunidade.
Apesar
de o IAS só ter registado sete casos semelhantes a este desde 2012, de agressão
contra idosos, Cecilia Ho garante que são situações "muito comuns",
até porque a maioria dos idosos está ao cuidado da família.
"Muitos
voluntários da coligação têm tido conhecimento de abusos contra idosos, a
maioria com doenças crónicas. Temos de apoiar mais os cuidadores, financeira e
psicologicamente, e a comunidade tem de saber que pode ir à polícia",
conclui.
ISG
// PJA
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