Macau,
China, 06 abr (Lusa) -- O Brasil é o país do universo da lusofonia com o maior
número de empresas referenciadas nos 11,5 milhões de documentos da investigação
"Papéis do Panamá" sobre 'offshores', segundo dados divulgados pelo
jornal Irish Times.
O
Brasil surge com 1.399 companhias referenciadas nos documentos da empresa
panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património,
que estão na base de uma investigação jornalística e contêm informações sobre
mais de 214 mil 'offshores' em mais de 200 países e territórios.
Segundo
os mesmos documentos, a empresa do Panamá tem no Brasil 40 clientes, havendo
ainda neste país 292 "beneficiários" e 1.659 "acionistas".
Segue-se
Portugal, com 244 empresas, 34 beneficiários, 23 clientes e 255 acionistas, e
Angola, com dez empresas, um cliente, 18 beneficiários e 40 acionistas.
Moçambique
aparece referenciado com três empresas, três clientes, dez beneficiários e 18
acionistas, enquanto Cabo Verde somente com acionistas (27) e a Guiné-Bissau
com um beneficiário e um acionista, tal como sucede com a Guiné Equatorial.
São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste não são referenciados no mapa-mundo interativo do
Irish Times, que apenas apresenta os números sem detalhes.
Macau
aparece com 25 empresas, quatro clientes, 22 beneficiários e 233 acionistas nos
dados divulgados pelo Irish Times, jornal que integra o Consórcio Internacional
de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em
Washington.
Os
"Papéis do Panamá" são o resultado da maior investigação jornalística
da história e foi divulgada no domingo, pelos membros do ICIJ.
Na
investigação são destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre
eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A
investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões
de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana
Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com
informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e
territórios.
A
partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos,
a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em 'offshores' e
paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património,
incluindo o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo
Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan
Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
O
primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, alegadamente envolvido
no caso "Papéis do Panamá", demitiu-se na terça-feira, segundo o seu
partido, mas o Presidente, Olafur Ragnar Grimsson, recusou dissolver o
parlamento.
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