quarta-feira, 6 de abril de 2016

Brasil é o país lusófono com maior número de empresas referenciadas


Macau, China, 06 abr (Lusa) -- O Brasil é o país do universo da lusofonia com o maior número de empresas referenciadas nos 11,5 milhões de documentos da investigação "Papéis do Panamá" sobre 'offshores', segundo dados divulgados pelo jornal Irish Times.

O Brasil surge com 1.399 companhias referenciadas nos documentos da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, que estão na base de uma investigação jornalística e contêm informações sobre mais de 214 mil 'offshores' em mais de 200 países e territórios.

Segundo os mesmos documentos, a empresa do Panamá tem no Brasil 40 clientes, havendo ainda neste país 292 "beneficiários" e 1.659 "acionistas".

Segue-se Portugal, com 244 empresas, 34 beneficiários, 23 clientes e 255 acionistas, e Angola, com dez empresas, um cliente, 18 beneficiários e 40 acionistas.

Moçambique aparece referenciado com três empresas, três clientes, dez beneficiários e 18 acionistas, enquanto Cabo Verde somente com acionistas (27) e a Guiné-Bissau com um beneficiário e um acionista, tal como sucede com a Guiné Equatorial.

São Tomé e Príncipe e Timor-Leste não são referenciados no mapa-mundo interativo do Irish Times, que apenas apresenta os números sem detalhes.

Macau aparece com 25 empresas, quatro clientes, 22 beneficiários e 233 acionistas nos dados divulgados pelo Irish Times, jornal que integra o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington.

Os "Papéis do Panamá" são o resultado da maior investigação jornalística da história e foi divulgada no domingo, pelos membros do ICIJ.

Na investigação são destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e territórios.

A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em 'offshores' e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, incluindo o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

O primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, alegadamente envolvido no caso "Papéis do Panamá", demitiu-se na terça-feira, segundo o seu partido, mas o Presidente, Olafur Ragnar Grimsson, recusou dissolver o parlamento.
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