Díli,
30 mai (Lusa) - Timor-Leste pode enviar empregadas domésticas ou outros
trabalhadores para a Malásia mas só quando houver um acordo bilateral e
garantias de que os direitos dos funcionários vão ser respeitados, disse à Lusa
o embaixador timorense em Kuala Lumpur.
"Tem
de haver acordo com os dois lados para garantir a segurança dos trabalhadores,
as boas práticas das empresas que contratam e a observação dos padrões da OIT
[Organização Internacional do Trabalho], para defender os direitos dos
trabalhadores", disse à Lusa José António Amorim Dias.
Em
contacto telefónico a partir de Kuala Lumpur, o diplomata confirmou que este
pode ser um dos assuntos na agenda da visita de trabalho que o
primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, acompanhado do ministro
Coordenador dos Assuntos Económicos, Estanislau da Silva, efetua esta semana à
Malásia.
A
possibilidade de recorrer a empregadas domésticas timorenses tem vindo a ser
debatida pontualmente por agências que contratam estes trabalhadores na
Malásia, especialmente perante a possibilidade do fim do acordo que existe
atualmente sobre este tema com a Indonésia.
O
assunto foi referido esta semana na imprensa malaia, suscitando um renovado
interesse de várias agências que contratam trabalhadores estrangeiros.
"Tem
havido interesse das agências mas do Governo ainda não. Vamos esperar para ver
se há algum interesse do Governo da Malásia para poder começar a conversar
sobre este assunto", disse.
Amorim
Dias referiu-se às várias vantagens que um programa como este poderia ter para
a sociedade timorense, colocando como objetivo o "excelente acordo"
que já existe com a Coreia do Sul, onde estão centenas de trabalhadores
timorenses.
Só
os trabalhadores na Coreia do Sul e na Austrália enviaram para Timor-Leste
remessas de cerca de quatro milhões de euros durante o ano passado.
"Além
das remessas isto pode ser um abrir de portas de preparação para à adesão à
ASEAN, quando começará a haver circulação de trabalhadores entre os
Estados-membros", disse.
Formação
adicional para a mão-de-obra timorense, alternativas para um mercado laboral
escasso em Timor-Leste e oportunidades de apoiar um número significativo de
famílias são algumas das vantagens de um programa do género.
As
estimativas do setor indicam que estão atualmente na Malásia mais de 150 mil
estrangeiras a trabalhar como empregadas domésticas, das quais cerca de 50 mil
da Indonésia.
ASP//ISG
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