Roger Rafael Soares, opinião
Desde
2007, o Governo assumiu o compromisso de investir em políticas públicas que
garantissem um maior acesso à educação, à saúde, que protegessem os mais pobres
e os mais vulneráveis, que promovessem a igualdade de género, bem como o
desenvolvimento do capital humano, entre outras, tendo em vista o progresso do
país em matéria de desenvolvimento humano. E foi e tem sido cumprido até ao
presente momento, pelo que a atuação do Governo tem primado pelo
desenvolvimento nacional e pelo bem comum. E prova disso, é hoje o registo do
crescimento do índice de desenvolvimento humano de Timor-Leste, comprovado
pelos relatórios de Instituições Nacionais e Internacionais. Também é verdade
que ainda nos debatemos com as persistentes desigualdades e desafios para que
esse desenvolvimento seja mais coeso, equitativo e sustentável.
E
é nesse quadro que a educação é um dos instrumentos capazes de reduzir a
pobreza e de combater as desigualdades sociais e económicas.
O
investimento na formação de recursos humanos em áreas estratégicas para a
promoção do desenvolvimento de Timor-Leste, nomeadamente, a título de exemplo,
o envio de 75 estudantes bolseiros pelo Ministério da Educação para Portugal,
Cabo Verde e Cuba, para frequentarem cursos de docência de ensino básico e secundário,
será uma resposta ao atual desafio que enfrentamos em matéria de carência de
formados nessas áreas, como referiu o Ministro da Educação. Áreas essas que são
e serão sempre cruciais para aquisição de conhecimento científico, bem como
para a preparação dos timorenses para o exercício da cidadania. Isto significa
que os desafios que enfrentamos, exigem respostas e mecanismos de atuação
específicos e adequados. Este investimento na formação dos timorenses por via
de concessão de bolsas de estudos, o qual tem em consideração a opção de cursos
de acordo com a maior funcionalidade e empregabilidade em Timor-Leste, é um
sinal de retorno do investimento em educação no futuro para o desenvolvimento
do país. Por sua vez, esses estudantes que beneficiam dessas bolsas devem-se
esforçar em desenvolver o domínio da Língua Portuguesa, pois ainda é um
desafio. E ultrapassar esse desafio parte essencialmente da dedicação e esforço
de cada estudante, quanto a isso é inquestionável. Além do mais, esses
estudantes beneficiários de bolsas de estudo para estudarem nos países de
expressão de Língua Portuguesa usufruem de mais vantagens em adquirir o
domínio, oral e escrito, da Língua - em relação aos estudantes que estão em
Timor dadas as carências -, por estarem inseridos num contexto sociolinguístico
português. Mas ainda assim, verifica-se um baixo domínio da Língua Portuguesa
por alguns diplomados quando regressam para Timor-Leste. Portanto, o esforço e
a dedicação por cada timorense na aquisição da Língua Portuguesa são essenciais.
Se
por um lado estamos a investir no desenvolvimento do capital humano, na
formação superior, como um projeto nacional de forte impacto positivo no
progresso e desenvolvimento da nossa Nação, também teremos de reconhecer a
necessidade de inserção dos diplomados, após a conclusão dos seus cursos, no
mercado de trabalho. Ano após ano formam-se muitos timorenses, um número muito
superior em relação ao número de postos de trabalho, significa isto que é
necessário um acompanhamento de políticas e mecanismos de criação de emprego.
Nesse
âmbito, considero que a coordenação entre o governo, a Comissão da Função
Pública, as Instituições de Ensino Superior, o SEFOPE e as empresas, em matéria
de políticas de criação de emprego, são um estímulo à empregabilidade dos
jovens no mercado de trabalho, desenvolvida por critérios. Mas também considero
pertinente a promoção do empreendedorismo, por se tratar de um dos mecanismos
fomentadores do desenvolvimento da economia e inovação. Ser empreendedor é
aquele indivíduo que aposta na sua ideia ou projeto, desafiando os riscos e
assumindo responsabilidades, contribuindo para gerar valor económico. Portanto,
não podemos apenas esperar pela intervenção do Governo e Entidades relevantes,
é também crucial a intervenção de cada timorense, dado que a concorrência e a
competitividade são um facto, e, por conseguinte, o mérito, as capacidades e
produtividade de cada profissional são elementos determinantes no mercado de
trabalho. O mérito de cada profissional faz a diferença.
1 comentário:
Kolia arbiru
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