Díli,
25 jul (Lusa) - A vice-ministra da Educação timorense destacou hoje o apoio de
Portugal ao desafio de reintrodução e consolidação da língua portuguesa em
Timor-Leste.
"Estas
fortes relações refletiram-se na implementação de vários projetos de
cooperação, nomeadamente do Projeto de Reintrodução da Língua Portuguesa
(PRLP), do Projeto de Consolidação da Língua Portuguesa (PCLP) e do Projeto de
Formação Inicial e Contínua de Professores (PFICP)", disse.
Dulce
de Jesus Soares falava em Díli num encontro de boas vindas a um grupo de 27
professores portugueses que chegaram a Timor-Leste no âmbito projeto Formar
Mais, uma das iniciativas de apoio português à formação contínua de docentes
timorenses.
"O
Projeto Formar Mais nasce de uma vontade política comum. Por um lado, nasce da
vontade do Governo de Timor-Leste em continuar a contar com o apoio de Portugal
e, por outro, pela vontade manifestada pela Cooperação Portuguesa em continuar
a apoiar a reconstrução do nosso sistema educativo", disse.
Dulce
Soares destacou que os esforços em torno ao português em Timor-Leste inserem-se
no objetivo mais amplo de "implementação de um modelo sustentável de
desenvolvimento", de consolidação das instituições do país e de promoção
da participação das novas gerações.
No
capítulo da Educação, "o grande desafio" foi o de reconstruir todo o
sistema educativo que, apesar dos avanços, continua a enfrentar "diversos
constrangimentos e lacunas", afirmou.
O
número insuficiente de matrículas e de infraestruturas e a elevada taxa de
abandono escolar somam-se a desafios como a "inadequada ou insuficiente
qualificação dos docentes, não só no domínio das línguas oficiais, mas também a
nível científico e pedagógico", acrescentou.
No
grupo de docentes hoje recebidos em Díli estão 11 professores que desempenharão
funções no 3.º ciclo do ensino básico e 15 nas diversas disciplinas do ensino
secundário geral timorense, sendo que Timor-Leste financia cerca de 75% do
custo do envio dos professores.
Os
docentes, que participaram em ações de formação na Universidade de Aveiro e em
sessões no Instituto Camões, trabalharão em Timor-Leste em articulação com o
Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação
(Infordepe).
A
maioria já esteve no passado em Timor-Leste o que, segundo a vice-ministra,
lhes dá "plena noção da especificidade única que é trabalhar e viver"
no país, " uma realidade bem diferente daquela a que estão habituados em
Portugal". Pediu ainda compreensão "quanto a eventuais problemas que
possam surgir", nomeadamente atrasos no pagamento de salários, garantindo
que o seu ministério "tudo fará para que isso não aconteça".
"Garanto
a total abertura e disponibilidade do ministério para ajudar a resolver todos
os problemas que surjam pelo caminho. No entanto, exigirei o máximo
compromisso, dedicação, profissionalismo e competência a cada um de vós",
disse.
O
projeto Formar Mais resulta de uma parceria entre o Ministério da Educação de
Timor-Leste, através do Infordepe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de
Portugal, através do Instituto Camões, e a Universidade de Aveiro.
Deolindo
Araújo, presidente do Infordepe, recordou que, dando continuidade a anteriores
projetos de cooperação, em especial ao Projeto de Formação Inicial e Contínua
de Professores (PFICP), concluído em dezembro de 2014, o Formar Mais tem como
objetivo "a consolidação do sistema educativo de Timor-Leste" através
do apoio à "formação académica e profissional do pessoal docente e de
profissionais do sistema educativo".
Segundo
o Ministério da Educação timorense, o projeto pretende "continuar o apoio
à reconstrução do sistema educativo timorense e à consolidação do uso da língua
portuguesa como instrumento para fins de ensino, aquisição e acesso ao
conhecimento".
Estes
professores atuarão em todos os municípios de Timor-Leste num projeto que se
prolongará, por etapas, até 2018.
ASP
// MP
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